Em depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a bacharel em Direito, M.O.A., 27 anos, afirmou que o seu esposo, o motorista de aplicativo Wesley Everaldo Gomes Alves, matou o seu pai após um desentendimento por questões financeiras. A informação consta na oitiva da mulher em que o HNT / HiperNotícias obteve com exclusividade nesta quarta-feira (25).
O pai da bacharel foi identificado como Eduardo Mendes de Andrade, 47 anos. Ele foi assassinado por Wesley, na noite de segunda-feira (23), no bairro CPA I, em Cuiabá. Em um primeiro momento, a Polícia Militar informou que a vítima tentou impedir que o genro agredisse a filha, porém, M.O.A., apresentou outra versão ao delegado Marcel Gomes de Oliveira, responsável pela investigação. Veja a seguir com detalhes.
O depoimento de M.O.A., foi feito na manhã de terça-feira (24), na unidade policial localizado na Avenida Tenente Coronel Duarte (Av. Prainha), na Capital. A mulher informou que além do seu marido, morava na casa, o seu pai, o avô e um primo há quatro meses.
Antes de morar juntos, M.O.A., afirmou que ficou combinado de Wesley pagar o aluguel da casa e que outros moradores ficariam responsáveis pelas outras despesas do imóvel. Porém, no primeiro mês, apenas o seu primo e seu pai cumpriram com o compromisso. Contudo, o avô e o marido passaram a pagar as dívidas da casa sozinhos, do segundo mês em diante.
M.O.A., garantiu à polícia que ela e seu marido estavam tendo problemas financeiros por conta do descumprimento dos pagamentos por parte do pai e do primo. Diante disso, ela resolveu conversar com o pai que não teria aceitado muito bem as cobranças. A mulher afirmou em seu depoimento que chegou a ter alguns desentendimentos com o pai.
O DIA DO CRIME
A mulher contou aos policiais que por volta das 17:15 da segunda-feira, chegou em sua casa acompanhada do marido e que o mesmo foi tomar banho para ir à faculdade, localizada em Várzea Grande, onde faz curso de Educação Física.
Logo depois, Eduardo foi até a residência para conversar com o genro e lhe oferecer uma proposta. Segundo a filha da vítima, o homem iria propor para pagar a parcela do carro de Wesley, tendo em vista que o suspeito estava arcando sozinho com o aluguel do imóvel.
Entretanto, Eduardo teria pedido para que Wesley devolvesse o veículo. O motorista de aplicativo não teria aceitado a proposta alegando que estava pagando o aluguel da casa. Logo depois, para evitar um desentendimento maior, o genro falou para Eduardo: “vamos deixar isso e cada um pega o seu rumo”.
A frase não teria sido bem aceita por Eduardo que questionou Wesley: “que conversa torta é essa?”. Logo em seguida, a vítima disse ao genro que ele era “gigolô”, pois teria emprestado dinheiro do pai.
Após a declaração da vítima, os ânimos teriam se exaltado e Wesley rebateu: “você me respeita, onde já se viu chamar homem de gigolô, sendo que somos parceiros de noite, já que fui te buscar bêbado”. Em seguida, a bacharel relatou que Eduardo jogou um capacete no genro.
Depois do início da confusão, Eduardo vestiu uma camisa e saiu da residência. Logo depois, a bacharel relata que seu pai começou a lhe xingar. “Sua vagabunda, que está acoitando vagabundo. Eu te formei, vendi carro para pagar a sua faculdade”, disse o pai.
Posteriormente, Wesley que teria ficado na parte interna da residência, pulou o muro e foi até Eduardo. Do lado de fora da residência, as partes ficaram se insultando mutualmente. Em instantes, a bacharel empurrou o marido e pediu para que ele parasse, pois era seu pai.
Neste momento, Eduardo agrediu a filha com um capacete. Devido a agressão, M.O.A., desmaiou e quando acordou viu apenas o pai sangrando. De acordo com a Polícia MIlitar, Wesley atingiu a vítima com vários golpes de faca. No depoimento, a mulher não explicou onde Wesley conseguiu a arma.
Rapidamente, a mulher pediu socorro aos vizinhos, mas ninguém o socorreu.
A mulher contou aos policiais que disse ao marido. “Você matou meu pai”. Logo depois, Wesley se justificou: “eu não queria fazer isso, vamos levar ele”. Porém, os vizinhos não deixaram que o casal levasse Eduardo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
O suspeito então entrou em um veículo Honda City e fugiu do local. A sua esposa afirma que depois disso, não teve mais contato com o marido. Já Eduardo morreu no local.O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até a publicação da matéria, Wesley não havia sido preso.