O presidente do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande, Carlos Alberto Simões de Arruda, fala ao Centro Oeste Popular sobre os investimentos para solucionar um dos principais problemas do município, que é a falta de água nas torneiras.
Ele ainda explana sobre uma campanha que vai facilitar a quitação de débitos por parte da população e as novas redes a serem implantadas.
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Centro Oeste Popular – O DAE vem investindo em melhorias, visando levar águas às torneiras da população várzea-grandense?
Carlos Alberto Arruda – Dentro de nosso planejamento que foi feito no início da gestão do prefeito Kalil Baracat, vamos dobrar o volume de água produzido, ou seja, que foi feito nos últimos 40 anos em Várzea Grande vai ser feito agora nesses quatro anos.
Temos uma Estação de Tratamento de Água do Cristo Rei que está em pleno funcionamento, toda automatizada, que proporciona uma qualidade e uma constância de produção, e disponibiliza à população uma água acima dos padrões mínimos necessários, ou seja, uma água de alta qualidade.
O volume é mais que suficiente para atender aquela região, e agora temos que combater perdas físicas e evasão de receitas, ou seja, ligações clandestinas, e colocar esse pessoal que utiliza nosso produto dentro da base comercial para que eles possam contribuir com esse sistema, que é um sistema público, e estamos trabalhando para que isso continue dessa forma, que ao invés de auferir lucro, que façamos uma contribuição social, com uma tarifa mais amena para a população.Outra coisa que estamos fazendo, agora no dia 26 vamos lançar duas Estações de Tratamento de Água, uma na região da Barra do Pari e outra na região do Jardim Botânico, próximo ao Bonsucesso.
Então todos aqueles poços que existem naquela região, que é atendida por poços, vai passar a ser atendida por água coletada superficialmente, proporcionando uma qualidade e constância. Isso é um investimento feito com recurso próprio da Prefeitura.
Já a ETA do Barra do Pari vai ter ainda maior capacidade e atender a região do Chapéu do Sol, Guanabara, Manaira, Nova Esperança, então toda aquela região ao norte da Mario Andreazza será atendida pela Estação, e com isso a água que está faltando no sistema 2 vai estar disponível para atender essencialmente esse sistema 2.
CO Popular – Um dos maiores problemas enfrentados pelo DAE são as redes irregulares, os chamados “gatos”, o que está sendo feito para inibir essa prática? Há alguma ação voltada para combater essas ligações clandestinas?
Carlos Alberto Arruda – O DAE tem um corpo técnico e força de trabalho de apenas 320 colaboradores, é muito pouco perto do que precisaria. Para se ter uma ideia temos cinco equipes de manutenção de rede, sendo que precisávamos ter pelo menos 15, mas para isso demanda dinheiro e a nossa arrecadação não comporta esse investimento.Então estamos trabalhando gradativamente.
Por exemplo, na região do Cristo Rei estamos fazendo ação de combate a fraude, combate a ligações clandestinas, e substituição de hidrômetros, e com isso o consumidor pode pagar aquilo que é justo, ou seja, não vai pagar nem menos que ele consome.
Então, além da qualidade e da quantidade da água disponível, o consumidor vai ter a segurança de que vai estar pagando aquilo que entra em sua residência.
CO Popular – Quais os bairros que mais sofrem com o problema do abastecimento de água?
Carlos Alberto Arruda – Hoje podemos falar, sem sombra de dúvidas, que o Sistema 2, que estão todos pendurados nessa estação da Júlio Campos, é o que mais sofre, porque é uma área grande e que tem alta densidade populacional. Isso quer dizer que o consumo é muito alto e quer dizer que precisamos voltar o investimento dentro de nossa capacidade para atender essa demanda e ser mais justo com a população.
Por exemplo, temos o Ouro Verde que sofre muito com a falta de água, mesma coisa o São Simão, então temos toda essa preocupação, mas temos delimitado junto com a Caixa
Econômica Federal um dinheiro que estava praticamente perdido, são R$ 85 milhões para poder fazer seis reservatórios de 2,5 milhões de litros que vão ser estrategicamente posicionados, esse recurso já está assegurado, e os projetos básicos já foram feitos, e estamos detalhando os projetos específicos para podermos fazer assim que possível fazer os projetos executivos e as licitações.
CO Popular – Além das duas ETAs citadas, há previsão de novos investimentos?
Carlos Alberto Arruda – Estamos falando de obras estruturantes, obras importantes, e junto com isso algumas redes serão colocadas, porque não adianta fazer outro investimento ou virar o nosso foco de trabalho, sendo que temos essas duas que vão tomar o nosso tempo.Para se ter uma ideia, uma obra está prevista para cinco meses e a outra para oito meses.
O prefeito Kalil quer fazer a inauguração das duas obras no aniversário de Várzea Grande no ano que vem, e vamos estar atendendo isso em pleno funcionamento, com novas redes, novas adutoras. Um dos grandes problemas é que quando se ter intermitência, os vazamentos não aparecem, porque não dá tempo de saturar o solo. Quando se tem o fornecimento contínuo, aí ele aflora, e aí está na hora de entrarmos em campo e isso demanda muito dinheiro, e precisamos que a consciência do cidadão seja de pagar aquilo que consome, e é nesse sentido que estamos trabalhando com todos os condomínios, com o Ministério Público, com a Justiça, tanto a parte ambiental como de consumidores, estamos trabalhando com o Procon, com as associações de bairros.
Temos já instalado o Conselho Municipal de Saneamento, estamos criando o Fundo Municipal de Saneamento Básico, onde podemos pegar todas as multas e dinheiro que tiver por fora de fontes diversas, e destinarmos para a prioridade que o Conselho entender.São ações muito complexas, que precisa de gente que entenda e comprometida, e é isso que temos aqui no DAE, gente que entende e comprometida para poder solucionar esse trabalho por determinação do prefeito.
CO Popular – E quanto à regularização dos débitos, há alguma campanha, alguma facilidade para que o consumidor quite suas pendências junto ao DAE?
Carlos Alberto Arruda – Nós temos um projeto que vai ser sancionado agora pelo prefeito, com desconto de até 80% dos juros e multa e 36 meses para pagar, ou seja, só não paga quem não quer. Só não fica dentro da legalidade quem não quer.
Nós também temos uma lei que facilitou muito a regularização das ligações. Se você tem uma ligação, um documento que você comprova que está ali, você pode fazer uma solicitação em seu nome, comprovando que tem um contrato de compra e venda, e poderá fazer uma ligação junto ao DAE em seu nome para poder atender a sua necessidade.
CO Popular – Então, vai haver uma campanha de regularização de débito?
Carlos Alberto Arruda – Na verdade ela não parou, vai ser ampliado o número de meses possíveis para pagamento. Hoje é 12 e vai passar para 36 meses. Serão duas situações para fazer a regularização. O consumidor pode ir na Avenida Gonçalo Botelho no Cristo Rei ou em frente ao Terminal André Maggi.O que pedimos para a população é que acredite no trabalho do DAE.
Estamos fazendo um esforço muito grande para solucionar o problema da água. Muita gente critica, o que é normal, a crítica faz parte do contexto, mas quero deixar uma palavra de alento, de que a nossa oferta de água já está melhorando sensivelmente, e todas ações que estamos fazendo é no sentido de ofertar mais água e também de qualidade.