21 de Março de 2025

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VARIEDADES Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2024, 11:13 - A | A

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'NÃO FEZ NADA'

Mãe de vítima de tráfico humano em Mianmar cobra autoridades

DO METRÓPOLES

Cleide Viana, mãe de Luckas Kim, paulista que diz estar preso em uma rede de tráfico humano, em Mianmar, no leste asiático, contou que tentou contato até com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conseguir ajuda no resgate do filho.

 

Em entrevista ao Metrópoles, Cleide contou que ficou sabendo das condições de exploração que o filho se encontra após uma ligação de cerca de quatro minutos realizada no dia 27 de outubro.Após a data, ela afirmou que não recebeu mais noticias e então passou a mandar emails para a embaixada de Mianmar, para o Itamaraty, para alguns deputados e até uma carta para o presidente Lula.

 

Na carta direcionada ao presidente e obtida pelo Metrópoles, a mãe de Luckas conta o golpe que o filho foi vítima e diz que já está em contato com a embaixada de Mianmar que “até agora não fez nada”.

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Cleide ainda conta que conversou com a embaixada na primeira semana de novembro e ouviu que o caso de Luckas estava “meio difícil”.

Depois disso, afirmou que não recebeu mais informação.Sobre o que tem vivido, Cleide disse que se sente como “uma morta viva”.

 

Falsa promessa de emprego

 

A mulher contou que o caso se iniciou no dia 7 de outubro, quando Luckas, ainda na Tailândia, a informou sobre uma proposta de emprego que havia recebido por meio de uma rede social chamada Telegram.

 

Inicialmente, a promessa era para trabalhar em cassinos, atendendo brasileiros e ajudando na comunicação entre os brasileiros e os locais.

 

A proposta incluía trabalhar nos cassinos, atender brasileiro alimentação, moradia, e um salário de R$ 8 mil.

 

Porém não foi bem o que aconteceu. Segundo a mãe, hoje ele trabalha aplicando golpes onlines em brasileiros contra a própria vontade.

 

Ainda no dia 7 de outubro, Luckas contou que uma pessoas estava indo lhe buscar para começar o novo emprego. Cleide começou a ficar desconfiada quando o filho não deu mais notícias e só mais tarde avisou que chegou no destino, mas que precisava comer e dormir.

 

“Eu perguntei se estava tudo bem e ele disse ‘está’, mas eu vi que esse ‘está’ dele não foi muito confortável”.

 

Dois dias depois, em uma outra ligação, Luckas assumiu que não estava bem e pediu para a mãe procurar ajuda de familiares e autoridades.

 

Os dois só se falaram novamente no dia 27 de outubro. Dessa vez, Cleide disse que o filho começou a falar em códigos e contou que estava sendo torturado: “É trabalho escravo mesmo”.

 

Em um telefonema feito no dia 27 de outubro, Luckas comunicou à mãe de que não poderia mais entrar em contato e pediu que Cleide procurasse familiares e autoridades para lhe ajudar.

 

A mulher então passou a procurar as embaixadas, a Polícia Federal, o Ministério Público e o presidente Lula.

 

O Ministério das Relações Exteriores afirmou, em nota, que acompanha o caso e que está em contato com as autoridades competentes, incluindo policiais e familiares de Luckas.

 

No posicionamento, o ministério ainda disse que nas últimas semanas realizou diversas gestões junto ao governo de Mianmar, com visitas para resgatar o paulista, operação que é de competência dos policiais locais.

 

Por fim, o governo diz que a Embaixada do Brasil na região também segue em contato com a família de Luckas e presta assistência consular.

 

Cleide abriu uma vaquinha online para arrecadar dinheiro e resgatar o filho.

 

Segundo a mulher, Luckas ligou no dia 8 de dezembro e contou que seus “chefes” pediram 20 mil dólares (cerca de R$ 122 mil) para liberá-lo.

 

Além disso, Cleide afirmou que precisa arrecadar valores para passagens, apoio jurídico, traduções e “até negociações com intermediários”.

 

“Chama a polícia”

 

Apesar de ter dito para a mãe que estava tudo bem ao chegar no local do novo emprego, Luckas trocou mensagens que mostravam certo desespero com uma amiga ao longo do trajeto.

 

Ao longo das mensagens, o jovem vai percebendo que está se aproximando de Mianmar por conta do idioma diferente e em um determinado momento pede para amiga chamar a polícia.

 

Ele ainda relata que no local tem “gente cheio de arma” e pede para que a testemunha apague as mensagens.

 

No final do dia ele revela que os contratantes ficam com o celular dele e diz a mesma coisa que teria dito a mãe, afirmando que vai dormir e que está bem.


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