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SAÚDE Segunda-feira, 16 de Maio de 2022, 10:33 - A | A

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MAIO ROXO

Doença inflamatória intestinal: o controle começa na atenção aos sintomas

No mês de Conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Instestinais, o Maio Roxo, CO Popular fala sobre a enfermidade, seus sintomas e cuidados

Redação

Dor abdominal e diarreia. Esses foram os sintomas que levaram o gerente de vendas Rodrigo Almeida de Andrade, 40 anos, a descobrir que era portador de uma doença inflamatória intestinal (DII), que se caracteriza pela inflamação de diferentes segmentos do trato gastrointestinal, principalmente nos intestinos.

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As DII acometem mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, e no Brasil tem sido observado um aumento na prevalência, número que corresponde à soma de casos novos e casos já existentes. As DII mais comuns são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Elas se caracterizam pela inflamação de diferentes segmentos do trato gastrointestinal, principalmente nos intestinos.

Após fazer exames de sangue e ultrassom, Rodrigo foi orientado a procurar um gastroenterologista que solicitou exames de endoscopia e colonoscopia por meio dos quais foi possível observar a presença de várias feridas no intestino. “Estava com muita diarreia e ia de oito a dez vezes por dia ao banheiro. Era uma cólica insuportável”, revelou.

Passados alguns dias, Rodrigo Andrade foi orientado a procurar um proctologista, que receitou vários remédios para diminuir as dores e os sintomas desconfortantes. “ Hoje o tratamento segue tranquilo com uso de medicação e evito alguns tipos de alimentos que podem ocasionar cólica ou até mesmo uma diarreia. Quando fui diagnosticado com a doença tive que iluminar o arroz e o feijão e comia somente alimentos cozido a vapor, muitos legumes. Também tive que restringir todos os produtos derivados do leite. Com a mudança perdi cerca de 20 quilos”.

Hoje Rodrigo faz o tratamento seguindo a medição certinha e está com meu peso normal, leva uma vida tranquila, faz uso de derivados de leites sem lactose, mas nem por isso deixa de consumir um produto mais pesado como uma lasanha, sempre usando um regulador de constipação intestinal na própria comida.

“Eu diria pra uma pessoa com retocolite pra ala não se preocupar, pois tomando a medicação corretamente e fazendo o uso de alimentos mais saudáveis ela vai ter uma vida normal, até porque o estresse prejudica muito o tratamento”.

AS DII

De acordo com o doutor Mardem Machado coloproctologista e presidente Sociedade Brasileira de Coloproctologia – Regional Centro-Oeste, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa duas patologias que representam as DII.

Ele explica que a doença de Crohn é um distúrbio que afeta, predominantemente, a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), podendo acometer desde a boca até o ânus. “ Essa enfermidade é provocada pela desregulação do sistema imunológico do organismo. A doença de Crohn é um distúrbio que afeta, predominantemente, a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), podendo acometer desde a boca até o ânus. Essa enfermidade é provocada pela desregulação do sistema imunológico do organismo”, ressalta o especialista.

Pessoas entre 20 e 40 anos são as que mais sofrem com esse tipo de inflamação, mas a doença pode afetar qualquer faixa etária.

Os principais sintomas são dores na região do abdômen, febre, perda de peso, redução do apetite e necessidades urgentes de evacuar, com fezes que podem ser acompanhadas de pus ou sangue.

Já a retocolite ulcerativa, que é o caso do Rodrigo, é limitada ao intestino grosso (cólon) e a região retal. Ele diz que a inflamação ocorre apenas na camada mais interna do revestimento do intestino. “Geralmente, começa no reto e no cólon inferior, mas também pode espalhar-se continuamente, envolvendo o cólon na sua totalidade”.

Os sintomas envolvem diarréia, dor abdominal, redução do apetite e feridas no intestino grosso. Assim como na Doença de Crohn, as fezes podem vir acompanhadas de sangue. As doenças inflamatórias intestinais podem ser provocadas por fatores como a genética, o ambiente, tabagismo e, até mesmo, as condições do sistema imunológico do organismo. Conforme o especialista, o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento dos distúrbios.

“Em muitos casos, muitos pacientes com os sintomas citados acima acabam relacionando-os com doenças mais simples e adiam por muito tempo a ida ao médico. Isso pode resultar no agravamento do quadro clínico do paciente e, consequentemente, na necessidade de procedimentos cirúrgicos para a retirada parcial da parte infectada”.

Aspectos emocionais como estresse e ansiedade e a má alimentação seriam os principais responsáveis pelo enfraquecimento do sistema imunológico do corpo, o que contribui para o desenvolvimento das DIIs.

Essas enfermidades fazem com que as pessoas tenham uma piora na qualidade de vida. Uma dieta leve, rica em fibras e nutrientes, evitando alimentos industrializados, pode ser suficiente para a melhora da doença, nos casos mais leves.

Colonoscopia

A colonoscopia é o principal exame responsável pelo diagnóstico de Doenças Inflamatórias intestinais (DIIs) bem como pelo diagnóstico de câncer de intestino e outras patologias, de acordo com o gastroenterologista e endoscopista Roberto Barreto, que é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia em Mato Grosso (Sobed/MT).

O exame consiste em uma técnica capaz de visualizar diretamente o cólon permitindo o diagnóstico de afecções como Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa.

“Ela proporciona a observação da mucosa e possibilita realizar procedimentos durante o exame como biópsia. Os resultados positivos para o tratamento de Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) passam necessariamente pelo tratamento multidisciplinar do paciente. Uma equipe formada por profissionais da saúde de várias especialidades é fundamental para garantirmos respostas ao tratamento e à qualidade de vida do paciente, a exemplo do coloproctologista, gastroenterologista, endoscopista, nutricionista, fisioterapeuta pélvico e psicólogo”, completa o especialista


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