Nos últimos meses, Tangará da Serra tem sofrido com temperaturas altas e calor que tem inquietado a população. Isso implica dizer que temos tido dias de seca extrema, o que não impediu que o município atingisse a marca alarmante de 626,99% no aumento de casos de Dengue registrados no município.
Os dados foram repassados pelo coordenador da Vigilância Epidemiológica de Tangará, Fabrício Queiroz, levando em conta os cruzamentos de números do ano de 2021 em relação a 2022.
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De acordo com o levantamento realizado até agosto do corrente ano, os números apontam que em janeiro do ano passado foram registrados em Tangará da Serra apenas 10 casos, enquanto que no mesmo mês desse ano foram 70 casos. Nos meses que se seguem o aumento se acentua vertiginosamente uma vez que fevereiro de 2021 fechou com 17 casos e 2022 com 130, março 2021 - 23 casos (2022 - 285 casos), abril (2021) 27 casos e 2022 - 257 casos, maio 2021 foram 14 casos, e no mesmo período desse ano 169. Já nos meses de junho, julho e agosto de 2021 foram 24, 04, 04 respectivamente, tendo em 2022 um leve declínio como demonstrado no ano anterior, sendo 75, 31 e 05 correspondentes aos meses de junho, julho e agosto, totalizando 1.022 neste ano.
Um dos fatores elencados pelo coordenador para tamanho aumento dos números de casos foi a aquisição de caixas d’água para armazenamento de água por causa do período de estiagem que é recorrente no município e com o qual a população convive, adquirindo o hábito de manter as caixas de um ano para o outro.
“Esse ano foi um ano que choveu muito mais comparado com o ano passado. Então, o ano passado, como houve uma estiagem muito grande, as pessoas adquiriram muitas caixas d’água, muitos recipientes para armazenamento de água, e aí esse ano choveu bastante e esses locais que foram adquiridos no ano passado acabaram servindo de reservatório para o mosquito. Então, foi um fator determinante para o aumento no número de casos”,
ressaltou o coordenador, ao pontuar também o fato da desaceleração da pandemia.
“Também tem o fator de que a dengue foi suprimida nos últimos dois anos por conta da Covid, então o que a gente vê agora na pós pandemia é o aumento das outras doenças exatamente porque elas foram suprimidas durante a pandemia de Covid e agora essas outras doenças estão conseguindo se manifestar de forma mais assertiva”,
salientou Fabrício, lembrando que pandemia do Covid 19 acabou por mascarar outras doenças.
Conforme Fabrício, os dados são alarmantes e necessitam de medidas efetivas de cuidado e limpeza em quintais e locais que possam acumular água, uma vez que as chuvas se avizinham, o que pode fazer os números se elevarem severamente.
MAPEAMENTO: Valência é o primeiro em número de focos e casos de Dengue
O setor de Vigilância Ambiental realizou durante todo o ano um levantamento para mapear as áreas de maior incidência de focos de criadouros e casos de Dengue em Tangará da Serra.
De acordo com o mapeamento, o Residencial Valência é o bairro aonde foram registrados mais números de casos e focos do mosquito Aedes Aegypti, seguido do Alto da Boa Vista. Em terceiro lugar no levantamento estão os bairros Monte Líbano, Jardim Buritis, Vila Araputanga e Nossa Senhora. Jardim Eldorado, Vila Horizonte e Vila Portuguesa ocupam o quarto lugar no mapeamento. Em quinto estão Jardim Acapulco e Santa Terezinha, seguidos do Dona Júlia.
Para diminuir os números, mutirões de limpeza foram realizados.
“O nosso trabalho é para prevenir! Prevenir porque as próximas chuvas estão chegando aí, e com esse mutirão vamos eliminar todos os criadouros do mosquito Aedes aegypti”,
explica o coordenador de campo Elias Duarte.
Foram cinco mutirões realizados e outro deverá acontecer em outubro, sendo o sexto e último deste ano, que acontecerá no Jardim Califórnia e Jardim Tangará II.