O mês de julho inicia com um incentivo a mais para intensificar os alertas a respeito do câncer de cabeça e pescoço. Instituído como ‘Julho Verde’, o objetivo é chamar atenção para os cuidados, prevenção, detecção precoce e disseminar informação para prevenção de cânceres na cavidade nasal, seios da face, boca, laringe e faringe.
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No Brasil, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2020, o câncer da cavidade oral e de laringe são mais comuns nos homens, enquanto tireoide tem maior incidência em mulheres.
“O câncer de cabeça e pescoço é um termo que engloba uma série de tumores malignos que podem aparecer na boca, orofaringe, laringe (cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita, pescoço e tireoide”, explica o médico oncologista e coordenador do Centro de Oncologia do Hospital Santa Rosa, Eduardo Romero.
Em 2020, segundo dados do INCA, foram 4.767 mortes por câncer de cavidade oral em homens no Brasil. O oncologista faz um alerta sobre a importância da detecção precoce. “Em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento, além de elevar a taxa de mortalidade”, afirma o médico.
“Se diagnosticado precocemente, como a maioria das neoplasias, os cânceres de cabeça e pescoço têm mais chances de cura. Por isso, é fundamental manter um acompanhamento contínuo com seu médico. E também com um dentista pelo menos uma vez ao ano, que pode auxiliar na detecção de tumores na cavidade oral e língua, por exemplo”, destaca Eduardo Romero.
Tabaco e Álcool são fatores de risco
Pelo menos 75% dos cânceres de cabeça e pescoço são causados pelo uso de tabaco e álcool, especialmente o câncer de boca, orofaringe, hipofaringe e laringe. “Também temos observado um aumento de casos relacionados ao vírus do HPV. E é importante destacar que já temos vacina disponível para esse vírus na rede pública”, explica o oncologista.
Eduardo Romero orienta para alguns sintomas: manchas brancas ou vermelhas na boca, que lembram uma afta, mas com dor persistente e possível sangramento ao serem tocadas, nódulos (caroços) no pescoço, dor frequente na garganta ou ao engolir alimentos, que pode chegar até a região dos ouvidos, rouquidão, e qualquer ferida na boca que não melhore.
“Em relação às principais formas de prevenção, recomendamos evitar o tabagismo, não consumir bebidas alcoólicas, manter bons hábitos de higiene oral e realizar a vacina contra o HPV, conforme as indicações por faixa etária (meninas de 9 a 14 anos, e meninos entre 11 e 14 anos). Essa vacina também pode ser realizada em pessoas imunodeprimidas (como transplantados, pessoas com HIV e naqueles em tratamento de câncer) até os 45 anos. Além disso, é importante manter consultas regulares com um médico e um dentista”, orienta Eduardo Romero.