30 de Junho de 2025

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POLÍTICA Quarta-feira, 06 de Dezembro de 2023, 10:30 - A | A

Quarta-feira, 06 de Dezembro de 2023, 10h:30 - A | A

PARLAMENTAR NEGA

Professores da UFMT defendem colega e acusam deputado de perseguição

Gazeta Digital

Professores do departamento de comunicação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) publicaram uma nota de apoio ao professor, pesquisador e jornalista Bruno Araújo, processado pelo deputado federal Abílio Brunini. Docentes afirmam que Brunini está perseguindo Araújo por críticas feitas. O parlamentar nega as acusações. 

 

Conforme a publicação, Bruno teria sido notificado em novembro de uma ação judicial movida pelo parlamentar devido a uma entrevista do pesquisador à imprensa sobre em uma das sessões da Comissão parlamentar de inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que apura invasão aos Três Poderes em Brasília.

 

À época da entrevista, Bruno avaliou o suposto gesto supremacista feito por Abílio durante a CPMI. Segundo a nota assinada por inúmeros professores de comunicação, Bruno estaria sendo perseguido por Abílio.

 

“[Bruno] tem sido vítima de processo judicial e perseguição política por parte do Deputado Federal Abilio Brunini, filiado ao Partido Liberal (PL). A perseguição judicial, ou lawfare, é uma conhecida estratégia usada pela extrema-direita para censurar o saudável debate acadêmico e social”, diz a nota.

 

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Ao GD, Abilio afirmou que não está perseguindo Bruno e que espera a resposta da Justiça sobre o caso. 

 

“Não é perseguição, ele fez algumas falas que contrariam a verdade, inclusive trazem o intuito de manchar a nossa identificação, a nossa imagem e a gente buscou a justiça para reparar a verdade. E aí a justiça fará avaliação do caso”, disse. 

 

Confira a nota na íntegra 
Os professores e as professoras do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGCOM/UFMT) manifestam seu apoio e solidariedade ao professor Bruno Bernardo Araújo, da Faculdade de Comunicação e Artes da UFMT (campus Cuiabá). O docente permanente do PPGCOM/UFMT e líder do grupo de pesquisa Midiaticus, voltado ao estudo sobre mídia e democracia, tem sido vítima de processo judicial e perseguição política por parte do Deputado Federal Abilio Brunini, filiado ao Partido Liberal (PL). A perseguição judicial, ou lawfare, é uma conhecida estratégia usada pela extrema-direita para censurar o saudável debate acadêmico e social.


Em novembro de 2023, o professor foi comunicado da existência de uma ação de indenização por danos morais impetrada pelo deputado, motivada por uma entrevista dada ao veículo de comunicação Olhar Direto. Na qualidade de pesquisador especialista nos estudos de mídia e populismo, à pedido do veículo de comunicação, o docente Bruno Araújo analisou o suposto significado de um gesto realizado pelo deputado durante a CPI sobre os Atos Antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Brunini, a pretexto de “contar até três” para um vídeo que gravava durante a sessão, fez um gesto conhecido como “ok invertido” que apresenta conotações associadas a movimentos de supremacia branca e de extrema-direita, sendo amplamente condenado por entidades internacionais que lutam contra o discurso de ódio. O fato foi, ainda, largamente comentado pela imprensa nacional e por diversos especialistas, assim como o professor.


Araújo é um profissional com sólida trajetória de investigação científica no campo dos estudos sobre mídia e populismo e desenvolve, atualmente, uma série de pesquisas e análises de eventos políticos e midiáticos que incluem não apenas, mas também, atores do cenário político de Mato Grosso. Em uma democracia, é fundamental garantir que professore(a)s e pesquisadore(a)s possam exercer sua liberdade de cátedra e sua liberdade de expressão, amplamente asseguradas por nossa Constituição Federal, pelo Pacto de Direitos Civis e Políticos e pela Convenção Americana sobre Direitos Humanos, sem que haja qualquer tipo de censura ou limitação ao livre exercício da manifestação de pensamento. Esses direitos incluem a liberdade de realização de pesquisas e de suas divulgações por intelectuais, pela imprensa e pela universidade.


Assim, em apoio ao professor e em prol da liberdade de cátedra, de expressão e do livre pensamento, repudiamos quaisquer ofensivas autoritárias contra o professor Bruno Araújo e qualquer outro(a) docente que venha a sofrer ataques dessa natureza.

 

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