A corrida pela única cadeira livre no Senado da República nestas eleições vem se acirrando em Mato Grosso nas duas últimas semanas. Dos sete candidatos a Senador no estado, dois acabaram polarizando a disputa: Wellington Fagundes (PL) e Neri Geller (PP), reprisando o cenário de confronto ideológico da eleição para a Presidência da República, configurado pela direita (Jair Bolsonaro) e a esquerda (ex-presidente Lula).
Após uma acirrada batalha interna na base governista, Wellington Fagundes conseguiu assegurar sua posição como o principal representante da direita no pleito ao Senado.
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Neri Geller acabou forçado a se aproximar e se aliar com partidos de esquerda e de centro esquerda, num arranjo heterodoxo e pouco assimilado pela sociedade e pelas militâncias mais ideologizadas como as do PT e do PCdoB.
Com seis mandatos de deputado federal e um de senador, Wellington Fagundes (PL), demonstrou, mais uma vez, que tem uma grande capacidade de articulação e um feeling político muito superior aos dos seus concorrentes.
Com apoios bem amarrados com lideranças chaves nos municípios, Wellington tem larga vantagem sobre os adversários, conforme mostram as últimas pesquisas. Na pesquisa Ipec, encomendada pela TV Centro América e divulgada no final de agosto, Wellington Fagundes (PL) despontava com nada menos que 39% da preferência do eleitorado.
Já seu principal antagonista, Neri Geller, somou apenas 10% dos votos entre os entrevistados. Já a pesquisa do instituto Gazeta Dados, publicada no primeiro dia de setembro, mostrou o senador Wellington com uma vantagem ainda maior, marcando 62% contra os 16% alcançados por Neri Geller na modalidade estimulada.
Os números do senador se mostram robustos, segundo os analistas políticos, por duas razões básicas. A primeira é a inegável lista de serviços prestados por Fagundes aos municípios. Seu trabalho é iminentemente voltado para o grande varejo na distribuição de recursos e obras, especialmente aquelas obras voltadas à logística de transporte.
A segunda razão é a sua habilidade em se adaptar às circunstâncias nas transições de poder entre as grandes correntes políticas que disputam a Presidência da República. Wellington procura se posicionar sempre em condições de cruzar os fossos que separam vencedores e perdedores nas eleições presidenciais.
Neste pleito, não está sendo diferente. Ainda que tenha feito uma aposta arriscada dispensando a janela eleitoral para se manter no PL, partido que acolheu Bolsonaro para a disputa a reeleição com toda a sua pesada bagagem de desgaste e polêmicas, Fagundes segue “descolado” do bolsonarismo por força do radicalismo dos próprios apoiadores do atual ocupante do Palácio do Planalto.
Os bolsonaristas radicais não aceitam o fato do senador já ter apoiado os governos do PT, inclusive, tendo sido eleito em uma aliança com o PCdoB, que lhe empresta o segundo suplente, o histórico comunista, professor Manoel Motta.
Desde o primeiro mandato como deputado federal, Fagundes sempre atuou como um ágil e produtivo despachante dos interesses dos municípios em Brasília. Para ele, não importa quem seja o Presidente na ocasião, pois suas prioridades são determinadas pelas demandas das bases que o elegeram.
Com uma postura municipalista considerada até mesmo radical em certos momentos, Wellington Fagundes não se empenha em debates de temas polêmicos ou de repercussão nacional ou internacional.
Quase alheio aos holofotes da grande mídia, o Senador se tornou um especialista em driblar os obstáculos ideológicos, partidários e as armadilhas das disputas subterrâneas de poderes no Congresso Nacional.
Com este perfil, Wellington Fagundes se tornou um candidato difícil de se batido nas urnas.
O candidato oposicionista, Neri Geller, ainda não conseguiu mostrar conteúdo político e capacidade de superação suficiente para ameaçar, de fato, a eleição de Fagundes.
Ainda que tenha a possibilidade de alavancar sua candidatura a um patamar mais elevado – acima dos 20% dos votos - na chamada “onda vermelha” que colocou o ex-presidente Lula na liderança das pesquisas nacionais para o Palácio do Planalto, Neri Geller tem a missão (quase) impossível de convencer até o dia 02 de outubro, a maioria dos eleitores a trocar o popular “Welton” pelo novo e quase desconhecido “Gueli” no Senado da República.