A médica e pré-candidata ao Senado pelo PSB, Natasha Slhessarenko, se reuniu com o correligionário prefeito de São Pedro da Cipa, Eduardo Português, com o secretário de esportes e presidente municipal do PT, Marcos Dourado, com o secretário de saúde Wilson Virgínio e com os vereadores Bazin (PT) e Joaquim Polaco (PSDB) nesta sexta-feira (15).
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O encontro teve como finalidade apresentar o posicionamento da médica enquanto pré-candidata e conhecer mais a realidade do município, localizado na região Sul do estado e que conta com cerca de 5 mil habitantes, conforme o último censo realizado.
Enquanto médica, Natasha ponderou que sua principal bandeira no Senado Federal será a saúde pública.
Acrescentou que o Sistema Único de Saúde precisa passar por uma discussão profunda para que ofereça atendimento digno à população.
Hoje 75% da população brasileira é usuária do sistema. Em 2004 foi estipulado um teto de gastos para o SUS de R$ 240 bilhões.
Deste montante, 70% seria responsabilidade do Governo Federal, 15% dos municípios e os 15% restantes ficariam com os estados.Segundo Natasha, o que ocorre é que com o passar dos anos, a fatia de responsabilidade da União foi diminuindo.
O que deveria ser 70% hoje virou 44%, o que sobrecarrega os municípios.
O prefeito de São Pedro da Cipa ressaltou que hoje o município aplica mais de 25% dos recursos para custear a saúde pública. Lembrou que a prefeitura ainda sofre diariamente com a judicialização da saúde.
O secretário de saúde municipal destacou que com a pandemia a fila do SUS mais que dobrou e que os consórcios de saúde são bons, mas acabam por retirar a responsabilidade dos Governos Federal e Estadual para com a saúde pública.
Isso porque os consórcios pagam melhor pela contratualização de serviços na rede privada e acabam por competir com o SUS.
Torna-se mais fácil negociar pelo consórcio, que é custeado, na maior parte das vezes, por emendas parlamentares.
“A saúde precisa de alguém dentro do Congresso Nacional para que o Governo Federal cumpra com o que foi pactuado e arque com 70% das despesas do SUS.
Outro ponto é a tabela defasada do SUS, o que inviabiliza as parcerias.
Na saúde tudo é dolarizado.
Nós precisamos fazer essa discussão no Congresso.
É preciso a visão de alguém que queira cuidar da saúde e me comprometo a levar essa discussão para lá”, assegurou Natasha.
Outra preocupação exposta pelo prefeito Eduardo Português foi com os rumos da agricultura familiar.
Ele destaca que os jovens não demonstram interesse em se manter nas propriedades rurais, pela falta de apoio, e que a atividade pode se perder por falta de continuidade.
O gestor pontuou o envelhecimento dos responsáveis por produzir o alimento que chega às mesas, visto que 70% do que é consumido é oriundo de pequenas e médias propriedades.
Destacou ainda que a agricultura familiar, além de gerar o alimento, pode ser explorada pelo turismo rural. Usou como exemplo a propriedade de sua família no município.
Em uma área de 20 hectares, cultiva uma variedade de hortifruti que rende recursos o ano todo. Hoje a produção passa pela uva, pitaya, coco, pinha, laranja, limão e a criação de porco, galinha, ovelha e gado.
Três vezes por semana a propriedade abre as portas aos turistas, que compram toda a produção.
Natasha ressaltou que os pequenos e médios produtores precisam de amparo e que é necessário estimular os jovens para que não abandonem a atividade e a cidade onde moram.
Para isso, é preciso que sejam capacitados para atuar na economia local.
Enfatizou a necessidade do fortalecimento de entidades como a Empaer, que fazem o trabalho de pesquisa e assistência rural, além da disponibilidade de linhas de crédito.