O governador Mauro Mendes (DEM) comentou na noite desta segunda-feira (16) sobre a possibilidade de que uma eleição suplementar ao Senado ocorra em Mato Grosso. De acordo com ele, o nome do correligionário e presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, tem grande apoio da Casa e do Palácio Paiaguás.
"Se Eduardo Botelho vier a ser candidato, eu acho que ele estará bem, pois possui enormes predicados, é uma pessoa querida dentro da Assembleia, é um político autêntico, diferente e tem muito carisma. Se for candidato ao Senado, não tenho dúvida nenhuma que será um grande nome”, avaliou Mendes, em entrevista por telefone concedida ao HNT/HiperNotícias.
Mesmo evitando dar opiniões contundentes quanto à possibilidade de a senadora Selma Arruda (em processo de mudança partidária do PSL para o PODE) ter a cassação de seu mandato confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o governador Mauro Mendes fez algumas considerações quanto a uma eventual candidatura ao Senado
Ao HNT/HiperNotícias, Botelho já admitiu seu desejo e disponibilidade para disputar o cargo, caso haja mesmo a cassação de Selma pelo TSE e a decretação de uma eleição suplementar para Mato Grosso.
O governador ainda avaliou que, as disputas eleitorais no Brasil ficaram marcadas por uma grande mudança no padrão de comportamento do eleitor, "por isso acho que Botelho tem grandes chances, sim”.
RESPEITO E CAUTELA
Mauro Mendes pondera, toda via, que o mais prudente é aguardar a decisão final do TSE, em respeito à senadora Selma que, até segunda ordem, é a dona do cargo, e em respeito à própria Justiça Eleitoral.
“Assim que tomada a decisão final, a gente começa a pensar e a articular alguma coisa nesse sentido. Não vai faltar tempo e não falta problema para ocupar o nosso tempo no dia-a-dia”, salientou, se referindo por exemplo, às inúmeras atribuições, que ele considera prioritárias para cumprir como governador.
Também questionado pela reportagem se não seria muita pretensão do DEM, querer ter dois senadores de Mato Grosso na mesma legislatura no Congresso Nacional, o governador fez comparação com a atual composição do comando da Câmara e do Senado.
Na presidência do Senado responde Davi Alcolumbre (DEM-AP) e na Câmara Federal Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“O DEM tem dois presidentes,na Câmara e no Senado. Então, hoje em dia as pessoas no Brasil não ligam muito para partido não. Na hora de fazer escolhas, o partido ao qual pertence não é um fator tão preponderante para decisão das pessoas. A não ser que seja um partido 'queimado', que tenha mácula, um partido que tenha deixado heranças muito negativas. Então, eu vejo que, se o Botelho for candidato ele tem todas as chances, como outros certamente têm”, analisou o governador.
COSTURAS INTERNAS
Mauro também avaliou que o DEM deve, de toda forma, participar do pretenso processo eleitoral, não sendo descartadas alianças partidárias.
E é exatamente aí que mora a esperança do presidente do PSD de Mato Grosso, Carlos Fávaro, um dos derrotados por Selma Arruda na disputa ao Senado em 2018, e que atualmente responde como titular do escritório de político de Mato Grosso, em Brasília.
Ele, que foi o principal articulador de recursos jurídicos pedindo a cassação da senadora, espera ter apoio do governador e de todo o DEM, no caso de uma nova disputa ao Senado.
Dentro do DEM, porém, ao menos até agora, Fávaro é considerado apenas como uma hipótese, ao ponto de nomes como os de Botelho e o ex-governador Júlio Campos já terem sido colocados como virtuais pré-candidatos.