Demonstrando grande poder de articulação, o deputado estadual Max Russi (PSB) caminha para ser consenso na disputa pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Habilidoso politicamente, Russi adiantou que vem trabalhando apenas a questão da presidência, e que os demais cargos serão decididos pelo colegiado.
“Eu não estou tratando dos outros cargos da Mesa. Eu estou cuidando da Presidência. Tenho encontrado muito apoio. A grande maioria dos deputados aderindo, o Júlio [Campos], por exemplo, ele pleiteou o cargo de vice-presidente da Assembleia”, afirmou em entrevista na semana passada.
“Não é o deputado Max quem vai decidir isso. Quem vai decidir é o colegiado, é a maioria…eu tenho colocado isso muito aberto, para todos os cargos, de vice-presidente, segundo vice-presidente, no cargo de secretário, que vai ter uma disputa maior, eu quero me ausentar dessa disputa, a maioria é que vai decidir”, argumentou.
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Conforme Max Russi, o objetivo principal é ter uma chapa de consenso, não havendo disputa pela Mesa, sendo o único nome até o momento cotado para o cargo. Segundo Max Rusi, as articulações para a eleição da Mesa ainda estão começo, mas o objetivo sempre foi que a chapa seja consensual.
"Particularmente, eu não estou pedindo voto pra ninguém e não vou pedir voto para nenhum outro cargo na Mesa. Quero ser presidente e aqueles que quiserem fazer parte da chapa, conversando com os demais deputados, terá meu apoio para a gente fazer uma grande gestão".
"Se a gente conseguir convergir para um diálogo, para que não haja disputa, ruídos na Assembleia é o melhor cenário. mas a disputa também faz parte do processo democrático", continuou.
Além de Max Russi e Júlio Campos, Janaina Riva (MDB) e Beto Dois Um (União) devem disputar um lugar na Mesa Diretora, com as conversações de bastidores ganhando corpo.
Um fator que deve ser preponderante nas conversações, é que atualmente não tem nenhum deputado que seja oposição ao nome de Russi para novo presidente da Mesa Diretora.
“Hoje não teria [oposição] de nenhum deputado. Tenho conversado com todo mundo, tenho uma relação boa com todos. Procuro trabalhar o fortalecimento da Assembleia, lógico que eleição é só na hora do voto, mas a gente não vê resistências maiores por parte de nenhum deputado”, acrescentou.
O único deputado chegou a demonstrar interesse pelo comando da Casa foi Júlio Campos, porém, já recuou do projeto e tende a compor com Max para formação da nova Mesa.
Max lembrou que já conseguiu ocupar o cargo por um ano, mas não concluiu o mandato. “Está bem encaminhado, se a eleição fosse hoje poderia afirmar que seria [presidente], mas temos um prazo até setembro".
Pregando total independência da Assembleia Legislativa, Max já adiantou também que não irá contar com a interferência do Governador Mauro Mendes (União) nas eleições.
“Não acredito em interferência do governador na Assembleia, até porque o parlamento é independente. (…) Eu não vou conversar mesa diretora com o governador Mauro Mendes, ele está fazendo uma grande gestão no Executivo, tem apoio da maioria dos deputados no parlamento, mas quem vai decidir mesa diretora serão os deputados e não o governador”, declarou o parlamentar que atualmente ocupa o cargo de 1º secretário.
Conforme o deputado, há muito tempo ainda para as conversações, pois nem o prazo de inscrições começou, sendo que a eleição da Mesa acontece em setembro. "Não tem nada fechado com ninguém, a gente está conversando. Não formamos chapa ainda, não está nem no prazo ainda das inscrições e as conversas estão sendo feitas. Eu, particularmente, não pedi voto a ninguém e não vou pedir para nenhum cargo da minha mesa. Quero ser presidente e aqueles que fizerem parte dessa chapa, conversando com o parlamento e demais deputados, terão o meu apoio para fazermos uma grande gestão".
Embora tenha havido uma possibilidade do adiantamento da eleição da Mesa, a eleição acontecerá antes das eleições municipais, em setembro. Ao adiantamento da eleição foi defendido por Max, que apontou que as eleições para prefeito e vereadores no Estado, marcada para outubro, poderiam ter a influência na disputa pelo comando da Casa de Leis. Porém, o presidente da AL, deputado Eduardo Botelho (União Brasil), negou a antecipação citando que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu decisões para anular eleições da Mesa Diretora, que foram antecipadas.
A 20ª legislatura encerra em 20 de dezembro de 2024 e é composta por Eduardo Botelho na presidência, Janaina Riva e Wilson Santos como 1º e 2º vice-presidente, respectivamente. Na secretaria são quatro deputados, Max Russi, Valdir Barranco, Gilberto Cattani e Valmir Moretto, sendo sequenciamento 1º, 2º, 3º e 4º secretário.
A Mesa Diretora da Assembleia é composta de sete cadeiras. A mais importante é a de presidente, que determina as datas de votações, tira e coloca em pauta projetos e representa a Casa de Leis.
A segunda mais importante é o primeiro secretário, que comanda o orçamento da Assembleia, na casa de R$ 700 milhões. Atualmente, este é o cargo de Max.
Há ainda as cadeiras de vice-presidente, segundo-vice-presidente, segundo secretário, terceiro secretário, e quarto secretário.