A eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, que geralmente apresenta consenso, será bastante diferenciada. Após o atual presidente, deputado Eduardo Botelho (União Brasil) anunciar que não buscaria a reeleição, consultas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmaram que a legislação passou a permitir apenas uma única reeleição para as Mesas Diretoras, o que se esperava é que o nome do deputado Max Russi (PSB) fosse consenso na Casa.
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Porém, para surpresa de todos, o deputado eleito Júlio Campos (União Brasil) foi colocado para a disputa, e assumiu a condição de postulante ao cargo. Agora, as articulações estão a todo vapor, e de um lado e de outro, a busca de apoios é forte nas dependências do Parlamento estadual.
As conversações que lançaram o nome de Júlio à presidência da Casa teriam partido do grupo ligado a Botelho. “Realmente há um grupo de parlamentares que me procurou no sentido de se eu pudesse colocar meu nome à disposição para disputar a Presidência da casa na próxima legislatura”, confirmou Júlio, em conversa recente com a imprensa. O ex-governador afirmou que não estava em seus planos pessoais ser candidato, mas que os 14 parlamentares que já haviam declarado voto em Botelho insistem que possa haver esta nova opção de chapa. Enquanto isso, o antes favorito ao cargo, deputado Max Russi, diz não temer o nome de Júlio e que está pronto para disputar no voto caso se concretize a pretensão do seu atual adversário. Max tem afirmado ter o apoio de 15 parlamentares.
“Acho que os 24 podem disputar a presidência. Eu sou um candidato, vou disputar. Se o Júlio Campos colocar o nome, é um bom nome. Um nome que tem uma história de governador, senador, de vários mandatos. Um nome respeitado e eu acho que vai caber aos deputados fazerem a escolha. O voto é democrático e a disputa faz parte da democracia”, disse Max.
“A gente não formou a chapa. Conversei já com 16 deputados que têm interesse de me apoiar e uma boa parte quer fazer estar na chapa. Esse grupo de deputados vai definir qual a melhor chapa, a melhor definição”, completa o deputado. Enquanto isso, Júlio tem minimizado o favoritismo de Max, dizendo estar acostumado com disputas acirradas, e que questionou os apoios que o futuro colega de parlamento diz ter para concorrer à presidência.
“Nós temos hoje uma perspectiva de uma bela disputa, o Max diz ter fechado com ele 10, 12 e até 15 deputados. Mas não é tanto assim né? Eu também achava que tinha 14 e desses sobrou 8”, afirmou. Para Júlio, o cenário ainda pode mudar até a data do pleito, marcado para fevereiro de 2023. “Tem muita gente que ainda está aguardando as conversações”, pontua. O ex-governador alerta ainda que precisaria, na verdade de apenas 12 votos, uma vez que o regimento interno o favoreceria na disputa, e que um dos fatos de ter sido apontado como candidato à Mesa é pelo fato de ser agregador e sempre fiel aos aliados.
“Foi sugerido pelo deputado Dr João que um bom nome para eventualmente concorrer a presidência era o de Júlio Campos, o deputado mais idoso da Casa, o político mais antigo no exercício de mandato em Mato Grosso, um deputado da União Brasil, que é o partido do governador Mauro Mendes, aliado do governador desde a primeira eleição em 2018. Julio Campos teria condição de ser um bom candidato porque é um político agregador, que cuida com carinho dos aliados e dos amigos”, disse Júlio, ao listar os motivos de ser uma boa escolha para comandar a ALMT.
COMPOSIÇÃO DA MESA
A Mesa Diretora é composta de sete cadeiras. A mais importante é a de presidente, que determina as datas de votações, tira e coloca em pauta projetos e representa a Casa de Leis. A segunda mais importante é o primeiro secretário, que comanda o orçamento da Assembleia, na casa superior de R$ 650 milhões. Há ainda as cadeiras de vice-presidente, segundo-vice-presidente, segundo secretário, terceiro secretário, e quarto secretário.