O deputado estadual Elizeu Nascimento (DC) afirmou que se sente envergonhado com as viaturas que atualmente são disponibilizadas ao Batalhão da Rotam – Ronda Ostensiva Tático Móvel. Ele é 3º Sargento da Polícia Militar e atuou 13 anos na corporação.
Segundo ele, a quantidade de veículos disponíveis não estaria atendendo a demanda da tropa, que faz patrulhamento ostensivo nas ruas e principais locais de eventos públicos, como em jogos de futebol, por exemplo.
“Chega a dar vergonha uma tropa daquele nível, sucateada. Não tem condições de patrulhamento tático”, apontou o deputado, acrescentando que o Governo já deveria ter entregado novas viaturas para a corporação, o que ainda não ocorreu.
“Têm dias que praticamente fica sem condições de sair pra rua. São policiais que amam a profissão e hoje vivem nessa situação, sem condições de trabalho por não ter viaturas suficientes pra fazer o policiamento”.
O parlamentar entende que essa é uma demanda represada, um problema que não surgiu nesses primeiros oito meses de Governo de Mauro Mendes (DEM), mas que precisa ser resolvido de forma urgente.
“Estive com o secretário de Segurança [Alexandre Bustamante]. A palavra dele foi de que viria entre 15 a 20 viaturas para a Rotam. A gente está no aguardo, só que a criminalidade atua todos os dias e a todo momento, então a gente espera que o Governo dê uma olhada com mais carinho sobre essa questão do Batalhão da Rotam, que contribui com a redução da criminalidade. Eu já trabalhei lá e hoje ver a situação em que está, chega a cortar o coração, porque é uma polícia ativa na sociedade. Eles só estão pedindo pra trabalhar”.
Apesar dessa pendência na Rotam, Eliseu avalia de forma positiva o trabalho do secretário Bustamante. Para ele, trata-se de “umcara que tem experiência na Segurança Pública. Além de ser empenhado na função que exerce, se dedica como secretário e tem carta branca em suas decisões de trabalho. Costumo dizer que a Segurança Pública tem muito a melhorar, porque ficou muito tempo apenas vegetando”.
COTA ZERO
Na Assembleia Legislativa, Nascimento se diz “independente” em relação ao governo, para o qual dá nota 7. Um dos pontos, por exemplo, que o parlamentar tem se posicionado contrário ao Executivo, é quanto à proposta de suspensão da pesca nos rios de Mato Grosso por um período de cinco anos.
“A quantidade de ribeirinhos pescadores é muito maior do que a quantidade de emprego que pode ser gerado. Temos que aumentar as vagas de emprego, qualificar para crescer o mercado de trabalho. É um erro crucial a proibição da pesca por cinco anos. O cidadão não poderá pegar um peixe e levar para sua família comer”, salientou.
Elizeu ainda argumenta que a pesca é tradição do povo cuiabano e da família mato-grossense. “ Vivemos às margens dos nossos rios desde quando nós nos entendemos por gente. Existem outros mecanismos. Se tem pouco peixe, tem que fazer um trabalho de rotatividade. Assim como foi feito com o peixe dourado, que teve a pesca suspensa por alguns anos”, apontou.
Para ele, hoje “o que temos que fazer, é suspender a pesca do pintado, mas deixando a liberação da pacu peva, do piau, da cachara. Se a cachara está em pequena quantidade, reduz a pesca por dois ou três anos, para fazer um estudo ambiental. O Governo do Estado pode fazer isso, com um bom estudo de biólogos, saber onde soltar os alevinos, ver o risco de perda...”.
Outra observação do parlamentar é quanto às dragas existentes nos rios. É que elas, segundo Elizeu, retiram areia mesmo no período da Piracema, o que acabaria sugando os alevinos. “Vai lá na época da Piracema ver a quantidade de alevinos mortos. Querem jogar a culpa em cima do coitado do pescador, e não é por aí”, enfatizou.