O doleiro Lúcio Funaro, investigado na Operação Lava Jato, será ouvido nesta quinta-feira (19) na Assembleia Legislativa (ALMT), durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Renúncia Fiscal. A comissão investiga fraude em incentivos fiscais e sonegação de impostos em Mato Grosso.
Funaro foi preso na Lava Jato e cumpre regime semiaberto, após acordo de delação.
Em sua delação premiada, ele afirmou que a JBS tinha um esquema de sonegação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), obtido mediante pagamentos de propinas a políticos em Mato Grosso.
O caso já havia sido delatado por Wesley Batista, dono da JBS, que afirmou ter pago R$ 10 milhões por ano em propinas para o ex-governador Silval Barbosa, entre os anos de 2012 e 2014, em troca da concessão de crédito de ICMS no valor de R$ 74,6 milhões.
O retorno também foi admitido pelo ex-governador Silval Barbosa no acordo de delação.
Em depoimento à CPI do BNDES, Funaro relacionou a JBS ao ex-governador Pedro Taques (PSDB), visto que o principal financiador da campanha tucano ao Senado, em 2010, era Fernando Mendonça, primo do empresário Joesley Batista, sócio da JBS. Mendonça defendia os interesses do empresário em Mato Grosso e intermediava as negociações para sonegação de ICMS do frigorífico no Estado.
Mendonça foi cotado para ser secretário de Fazenda (Sefaz) do governo antes mesmo de Taques vencer as eleições de 2014.