Já foram definidas as datas dos próximos depoimentos na CPI da Sonegação Fiscal na Assembleia Legislativa. O doleiro Lúcio Funaro irá depor nesta quinta-feira, 19, o presidente do Grupo Amaggi, Judiney Carvalho, no dia 3 de outubro e, na sequência, o ex-governador Silval Barbosa será ouvido no dia 10 de outubro.
A presença dos três foi aprovada pelos membros da CPI na sessão realizada no dia 5 de setembro. Eles irão prestar informações à comissão que apura a suspeita de sonegação de impostos e renúncias fiscais.
A CPI tem interesse em ouvir Silval para saber a respeito de crimes de sonegação fiscal praticados entre os anos de 2009 e 2014 em Mato Grosso. Ele foi o primeiro ex-governador do País a firmar um termo de colaboração premiada para colaborar com a Justiça em troca de redução de pena em processo criminal. Silval confessou que recebeu propina juntamente com secretários de estado para favorecer empresas privadas com incentivos fiscais.
Na sessão do dia 5 de setembro, o presidente da CPI, deputado Wilson Santos (PSDB), e os deputados Max Russi (PSB) e Ondanir Bortolini, o Nininho (PR), decidiram convocar o doleiro e delator da Lava Jato Lúcio Funaro. Em depoimento a CPI do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no dia 28 de agosto, em andamento na Câmara dos Deputados, Funaro afirmou que o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, dono da JBS, poupou seu primo Fernando Mendonça, de Mato Grosso, em sua delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Já em relação ao depoimento do presidente da Amaggi, Judiney Carvalho, se deve a necessidade de explicações do grupo empresarial a respeito do não recolhimento do FETHAB (Fundo Estadual de Transporte e Habitação). Trata-se de uma cobrança que incide no setor produtivo e é destinado aos cofres públicos, sendo atualmente a principal fonte de recursos do Executivo para investimentos em infraestrutura e habitação nos 141 municípios de Mato Grosso.
O presidente da CPI, deputado Wilson Santos, considera as oitivas necessárias para, ao final, ser apresentado um relatório consistente com atribuições de melhorias. “Não estamos promovendo caça às bruxas ou patrocinando perseguição. Pelo contrário, estamos produzindo um trabalho com caráter técnico para fortalecer a arrecadação de Mato Grosso”, disse.
A CPI ainda é composta pelos deputados Carlos Avalone (vice-presidente), Ondanir Bortolini, o Nininho (relator), Max Russi e Janaína Riva, estes dois últimos na condição de membros.