A candidatura de Márcia Pinheiro, da Federação Brasil da Esperança que reúne o PV, PT, PcdoB e os partidos Solidariedade e Progressistas, avança rapidamente nas pesquisas enquanto Mauro Mendes (UB) registra perdas acentuadas de votos no maior colégio eleitoral do estado. A candidata de oposição mais que dobrou suas intenções de votos nos últimos 15 dias e caminha para assumir uma posição que ameaça levar a disputa para um segundo torno na corrida ao Palácio Paiaguás.
Em disputa pela sua reeleição, o governador já começa a sentir o desgaste da queda de braço que trava com o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro em torno dos modais de transporte coletivo VLT e BRT. A postura arrogante de Mendes de querer impor aos cuiabanos e várzea-grandenses, um modal de transportes rejeitado pela maioria da população pode lhe custar a reeleição que parecia ganha há pouco mais de um mês.
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Devido a interesses pouco claros, o governador insiste em trocar o sistema de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), já iniciado e no qual foram gastos mais de R$1,06 bilhão, pelo modelo do Buss Rápid Transit (BRT), com ônibus convencional articulados e motor a diesel, que vai custar três anos de obras, a demolição das estruturas do VLT e mais estimados R$500 milhões aos cofres públicos.
O prefeito cuiabano não aceita o que chama de “interferência indevida” de Mendes no Plano Diretor da cidade, e promete judicializar a obra do BRT na capital. Emanuel Pinheiro afirma que a população de Cuiabá sequer foi consultada sobre a mudança. Para Pinheiro, o governador quer simplesmente “empurrar no município” um modelo de transporte urbano que já é considerado ultrapassado nas cidades onde ele funciona no Brasil, como em Curitiba, Goiânia, Fortaleza e Rio de Janeiro, por exemplo.
LICITAÇÃO SOB SUSPEITA
Para complicar a vida de Mauro Mendes, na semana passada, veio à tona a denuncia de que a licitação do BRT realizada pelo estado pode estar comprometida por vícios de direcionamento e manipulações criminosas. Segundo a denúncia, haveria um possível conluio entre empresas que participaram da licitação forjando uma “falsa” concorrência.
Conforme a denúncia, a empresa Nova Engevix, que venceu a licitação, é a mesma Engevix que participa do consorcio das obras embargadas do VLT. Não bastasse isto, a segunda colocada na licitação, a Paulitec, faz parte junto com a Nova Engevix do Consórcio Príncipe para a construção de obras em outro estado. De acordo com a nova lei 8.666/93 e em consonância com a lei 6.404/76, as duas empresas, por integrar um mesmo grupo econômico em vigência, estão impedida de participar como concorrentes em qualquer licitação pública.
Ainda conforme as denuncias, as ligações da Nova Engevix se estendem até a empresas atualmente comandadas pelo filho do governador, Luís Antônio Taveira Mendes, como as empresas Mavi Engenharia e Construções Ltda – integrante do grupo Bipar Investimentos/Bimetal fundado por Mauro Mendes e do qual se afastou para assumir o Governo do Estado.
Caberá ao Ministério Público do Estado, ao Tribunal de Contas e à Justiça desvendar os fatos que realmente se escondem debaixo da pressa de Mendes em assinar o contrato com o consórcio comandando pela Nova Engevix e iniciar as obras do BRT contra a vontade da população de Cuiabá e de seu prefeito.
GENTE PRIMEIRO LUGAR
Ao largo desse imbróglio entre Mauro Mendes e seu marido, o prefeito Emanuel Pinheiro, a candidatura de Márcia Pinheiro colhe os frutos do desgaste do governador. Embalada pela onda lulista que varre Mato Grosso, Márcia Pinheiro vem registrando grandes saltos a cada nova pesquisa eleitoral.
A candidata tem se concentrando em ampliar a sua base de apoio em viagens pelo interior do estado onde ainda é pouco conhecida e em se consolidar como uma opção aos eleitores com uma postura mais humana e socialmente atrelada às necessidades urgentes da população como o combate à fome, a pobreza e ao desemprego.
O modelo de administração que Márcia Pinheiro defende em sua propaganda eleitoral e no seu plano de governo é o exato oposto do que tem sido a gestão de Mendes no Palácio Paiaguás.
Enquanto Mendes se vangloria de ter implantado no estado um estilo de gestão “empresarial”, no qual importa mais o saldo do caixa do que a qualidade de vida da maioria dos moradores de Mato Grosso, Márcia Pinheiro propõe tornar o seu governo um centro de atenção e cuidado com a população mais carente, focando em obras e programas de grande impacto social e que gerem qualidade de vida, segurança, bem-estar e oportunidade de mobilidade socioeconômica para as pessoas.