O ex-secretário-geral da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL), Edemar Nestor Adams, já falecido, que atuava como braço-direito do ex-deputado, hoje na condição de preso, José Riva, foi acusado de burlar o sistema de desvio de dinheiro no Parlamento estadual para ganhar lucros acima dos valores previamente combinados entre os deputados envolvidos.
Conforme divulgado pelo portal , vídeo da delação feita por Riva de outubro de 2019 veio à tona nesta semana e revelou os detalhes do depoimento do ex-deputado em relação aos contratos fraudulentos da ALMT. O material destrinchou a rota do crime dentro da Casa de Leis e escancarou como e quanto cada um dos envolvidos lucrava no esquema.
Na gravação, Riva aponta que Edemar Nestor era um dos principais agentes que operava toda a operação ilícita dentro da AL, uma vez que ele era a ponte entre as empresas contratadas e a Casa de Leis - atuando, inclusive, no saque e repasse do dinheiro em espécie para as pessoas envolvidas.
Com o início do esquema em 2005, cada pessoa envolvida tinha funções específicas na manutenção das atividades ilícitas. À época, Edemar Nestor era o mais próximo do dono das empresas contratadas, Elias Nasarden. Nesta posição, era o ex-secretário-geral uma das pessoas que tinha maior contato com o dinheiro desviado.
Contudo, segundo Riva, em algum momento do esquema Edemar Nestor passou a assumir para si quantias maiores do que as previamente acertadas, se utilizando para isso de uma espécie de via paralela de benefício pessoa dentro do sistema ilícito.
Ainda segundo a delação, houve uma situação em que a AL não teria dinheiro para cobrir os "mensalinhos" dos deputados e Edemar Nestor sugeriu que Elias Nasarden poderia emprestar R$ 500 mil. O empresário então emprestou a quantia e cobrou juros de 5% sobre o montante.
Posteriormente, Nasarden teria revelado que o dinheiro na verdade era do ex-secretário-geral, que desviou o dinheiro ilícito e repassou cobrando juros para cobrir dívidas do esquema de mensalinhos.
Veja os vídeos completos a seguir: