Cacique do MDB em Mato Grosso, o deputado federal Carlos Bezerra classificou a senadora Selma Arruda (PODE) como "despreparada" para o cargo.
Segundo ele, mesmo sendo juiza aposentada, Selma teria demonstrado desconhecimento das leis eleitorais, e por conta disso a cassação do seu mandato é dada como certa. A declaração foi dada ao HNT/HiperNotícias nesta segunda-feira (16), no Palácio Paiaguás.
“O processo dela é o processo mais catastrófico que já vi na Justiça Eleitoral. Nunca vi tanta infantilidade de uma vez só. Uma pessoa que foi magistrada, usou a magistratura para se promover. Despreparada de uma vez. Desconhece a lei. Ela fez tudo ilegalmente. Tanto que ela foi cassada por unanimidade”, completou Bezerra.
Selma Arruda teve o mandato cassado em abril pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). Na ocasião, ela foi cassada por 7 votos a 0, por prática de caixa dois e abuso de poder econômico, além de propaganda fora do período legal, durante a pré-campanha. O processo agora trâmita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na última semana, a procuradora-geral eleitoral Raquel Dodge emitiu um parecer ao TSE se manifestando favoravelmente à cassação de Selma. Como resposta, a senadora afirmou que estaria sendo perseguida pela procuradoria geral.
Para Bezerra, essa tese não ganha força, pois segundo ele, a juíza aposentada é vítima dos próprios erros que cometeu. “A Justiça está funcionando. Ela está sendo vítima dos erros que ela acometeu. Não poderia acusar ninguém, tem que fazer a mea-culpa. Ela errou”, disse o deputado.
ARTICULAÇÃO DO MDB
Apesar de afirmar que a cassação da senadora é dada como garantida, Bezerra ressaltou que ainda é cedo para o partido escolher um nome para concorrer a uma possível eleição suplementar ao Senado.
Bezerra disse que a sigla ainda deverá se reunir internamente para discutir uma candidatura própria.
“A cassação é certa. Acho que poderá acontecer esse ano ainda, mas sobre a candidatura, ainda não começamos a conversar. Pode ter candidato próprio do MDB. Vamos discutir internamente. Tem que primeiro acontecer a cassação, pra depois avaliarmos. Acho que é inevitável [a cassação], mas não adianta pressa”, afirmou o parlamentar.
MAIS CRÍTICAS
Ainda em tom de reprovação, o emedebista também comentou sobre a troca de partido da senadora, que resolveu deixar o PSL para se filiar ao Podemos (PODE). De acordo com Selma, um dos motivos para a sua saída do partido foi um atrito com o filho de Bolsonaro, o também senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
“Questão interna do partido dela não me interessa. Mas ela, depois dessa cassação, politicamente, não existe mais. Independentemente do partido que ela for. Ela pode ir para o partido que quiser. Ela é um peso morto, depois dessa cassação”, finalizou Bezerra.
O OUTRO LADO
A reportagem entrou em contato com a assessoria em Brasília da senadora Selma, que afirmou estar avaliando um posicionamento. O espaço segue em aberto.