Palestra sobre Violência Contra Mulheres marcou início de campanha
Assim como anunciado na quarta-feira, 09, teve início efetivamente na noite de quinta-feira, 10, e segue até dia 09/12 a Programação de Ações pela Não Violência Contra as Mulheres. Na Sede da Ordem dos Advogados do Brasil, (OAB), aconteceu uma palestra com a presença de toda rede envolvida nas ações de enfrentamento à violência contra mulheres no município. A primeira parte da palestra teve como palestrante, a Juíza de Direito, Edna Ederli Coutinho, que novamente salientou a importância das ações que acontecerão durante todo o mês em Tangará da serra, incentivando quem necessitar, a buscar ajuda.
“Ela tem que procurar a Delegacia da mulher, Patrulha Maria da Penha ou a Polícia Militar porque o aparato delas são as medidas protetivas que é o afastamento do agressor do lar, a proibição dele se aproximar dela, porque se não for assim, se não agirem, nada acontece. É preciso esse despertar”,
pontuou.
Convidada a participar da atividade de abertura da campanha, a Assessora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Ser Mulher), a Advogada e palestrante Ana Emília Iponema, destacou que graças ao trabalho de divulgação e o combate à violência, as mulheres tem denunciado mais, o que comprova que as ações de enfrentamento têm surtido efeitos.
“É uma triste realidade que a gente vivencia diuturnamente não só em Mato Grosso, mas no Brasil inteiro e em outros países também. (...), mas as mulheres estão mais esclarecidas, se sentem fortalecidas e encorajadas para denunciar”,
frisou a Advogada, alertando que a denúncia é fundamental.
“Nós temos um compromisso com as políticas públicas do enfrentamento da Violência contra as mulheres e esta é mais uma ação que nós colocamos em prática no município unida de forma muito coletiva, a rede de enfrentamento, os poderes constituídos, as entidades de classe e eu vejo com muito bons olhos. São ações pequenas, são sementes plantadas porque o trabalho de enfrentamento à violência é um trabalho contínuo e de formiguinha, nós vamos colher frutos muito tempo depois. É preciso agir, é preciso fazer porque a violência contra as mulheres não pode ter espaço entre nós”,
destacou o Professor e também idealizador da campanha, Vereador Sebastian Ramos.
Tangará tem mais de 460 MP expedidas até o momento
Embora aja toda uma rede estruturada no município de Tangará da Serra que busca incessantemente coibir a violência contra a mulher, os números ainda são uma crescente. Essa informação foi repassada pela Juíza de Direito, Edna Ederli Coutinho ao ressaltar que todos os dias acontecem ocorrências que envolvem a violência doméstica. Conforme a magistrada, em Tangará da Serra já existem mais de 460 medidas protetivas expedidas e o número é preocupante, carecendo, portanto, de atenção e intervenção.
“Fiz um levantamento no Fórum, no Judiciário, junto as delegacias e nós temos mais de 460 Medidas Protetivas em Tangará até agora. Esse volume é comparável a cidades grandes como Sinop. O número de população com o número de medidas que nós temos demanda uma situação agravante”,
revelou a Meritíssima salientando que isso também é o reflexo de que as mulheres não estão mais se calando.
“Esse painel, ao mesmo tempo que nos assusta, nos mostra que está tendo uma conscientização por parte das mulheres agredidas, porque o primeiro passo é a conscientização”,
reforça.
“Há uma cultura machista de que a mulher deve obediência ao homem, se o homem falou ele está certo e a mulher não. E quando há a discussão sempre um quer prevalecer, mas a forma de expressar é diferente entre as partes e a mulher é a parte mais frágil da relação, inclusive fisicamente”,
destaca a Juíza.
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SEMESTRE:
Segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), no primeiro semestre de 2022, a central de atendimento registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulheres.