A operação realizada na Penitenciária Central do Estado (PCE) no último mês apreendeu 352 cadernos com informações sobre a contabilidade do crime organizado, além de 50 armas artesanais, 171 celulares, 521 chips e 12 baterias de celular. A primeira fase dessa operação durou 30 dias.
De acordo com o interventor da PCE, Agnos Ramos, uma equipe treinada para intervenção ficou dentro da unidade prisional e nesse período as visitas ficaram suspensas. "Conseguimos reformar os quatro raios, 48 celas, e aumentamos 130 camas dentro da unidade. Apreendemos vários objetos", disse.
Muitos objetos apreendidos estavam escondidos nas paredes. "Teve cela em que a parede quase teve que ser destruída para tirar um celular, uma arma", afirmou.
Primeira fase da operação durou um mês — Foto: Christiano Antonucci/ Secom-MT
As visitas foram retomadas nesse fim de semana. Ele explicou que o retorno foi tranquilo.
"Já tínhamos avisado os internos como seria de agora para frente. As visitas entraram com mais rapidez devido à redução da quantidade alimentos. Entravam 6 kg em vários recipientes e agora só pode entrar 2 kg em um único recipiente", explicou.
Celulares apreendidos na unidade prisional — Foto: Christiano Antonucci/ Gcom-MT
Foram nomeados 30 advogados e 10 juízes para fazer a revisão dos processos dos mais de 2.400 presos na maior unidade prisional do estado, que tem capacidade para acomodar 900.
Conforme o secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamente, a primeira fase da operação visava a limpeza, a organização e higienização e houve a melhoria do sistema interno. Agora a próxima etapa busca adequações, como a mudança do horário de visitas.
"As visitas serão cadastradas, todos os visitantes têm que ter a carteirinha própria, e depois será feito um rodízio aos finais de semana. Antes era visita fixa e muitas vezes a pessoa não tinha condições de visitar o seu parente, mas com isso vai oportunizar a visita a todos aos domingos", disse.