Depois de 15 anos foragido, policiais militares do 25º Batalhão (2º Comando Regional) prenderam Benedito Costa Miranda, 47 anos, na tarde desta terça-feira (22), acusado de participar da morte da advogada e empresária Marluce Maria Alves, de 53 anos, e seu filho, o bancário Rodolfo Alves Lopes, de 24, em março de 2004, em Cuiabá. O crime, que causou bastante comoção, ficou conhecido como "Caso Shangri-lá", em referência ao bairro onde as vítimas moravam e foram assassinadas.
Segundo informações da Polícia Militar, uma equipe fazia rondas pelo bairro Praeirinho, por volta das 15 horas, quando recebeu informações da Agência de Inteligência sobre um homem com mandado de prisão em aberto, que estaria nas proximidades da Ponte Sérgio Motta.
Os militares foram até o local e conseguiram encontrar "Piré", como é conhecido, na avenida Doutor Paraná, no momento que atravessava a ponte. Foi confirmado o mandado de prisão em aberto. Sendo assim, ele recebeu voz de prisão e foi encaminhado para Delegacia de Polícia Civil para as devidas providências.
Caso Shangri-lá
Edgar Fróes foi condenado a 30 anos e 8 meses por duplo homicídio por ser o mandante do assassinato da empresária Marluce Maria Alves, 53, e do filho, o bancário Rodolfo Alves de Almeida Lopes, 24, no crime que ficou conhecido como "Caso Shangri-lá".
O ex-delegado foi excluído da Polícia Civil no ano de 2006 e deixou a prisão em agosto de 2009, depois de mais de cinco anos atrás das grades.
Os assassinatos de Marluce e do filho dela aconteceram por volta das 7h30 do dia 18 de março de 2004, quando eles saíam de casa, no bairro Shangri-lá, em Cuiabá. Os dois foram alvejados com tiros por um adolescente de 17 anos.
Segundo a denúncia do Ministério Público, as mortes aconteceram devido à dívida de R$ 32 mil de Marluce com o proprietário de uma factoring, Trajano Souza Filho, devido a vários empréstimos. Como ela não conseguiu quitar a dívida, Trajano começou a cobrar e pressionar a empresária. Rodolfo, filho de Marluce, resolveu fazer um boletim de ocorrência na Delegacia do Porto, onde Fróes atuava.
Amigo da empresária, Fróes propôs um acordo entre Marluce e Trajano: fazer um contrato por escrito em que era estipulado os valores parcelados e as datas para pagamentos. O então delegado iria intermediar a negociação, recebendo os valores e repassando para Trajano.
No entanto, o dinheiro não era repassado ao dono da factoring, que ligou para Fróes. Este disse que Marluce estava enrolando para pagar. Trajano acionou Marluce que rebateu a acusação do delegado e ameaçou denunciá-lo para a Corregedoria da PJC caso não devolvesse o valor, em torno de R$ 15 mil.
Como não tinha o dinheiro e teve um empréstimo negado por outro proprietário de factoring, Luiz Peron Guerra, Fróes mandou matar Marluce. Ele contratou Benedito da Costa Miranda, o "Piré", que chamou o adolescente para ir até a casa da empresária. Hildebrando Passos, o "Hulk", pilotava a moto que levou o adolescente até a residência onde as vítimas foram assassinadas com tiros na nuca. Depois, o jovem roubou a bolsa da empresária onde estariam os recibos das parcelas da dívida.