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GERAL Terça-feira, 06 de Agosto de 2019, 11:00 - A | A

Terça-feira, 06 de Agosto de 2019, 11h:00 - A | A

Viúva e mãe de procuradores mortos será assistente de acusação em júri em MT: 'Espero pena máxima'

G1

A viúva e mãe dos procuradores Saint-Clair Martins Souto, de 78 anos, e Saint-Clair Diniz Martins Souto, pai e filho, respectivamente, que foram assassinados em 2016 em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá, diz que espera a pena máxima ao vaqueiro José Bonfim Alves Santana, de 45 anos, acusado do assassinato.

O júri começa nesta terça-feira (6) e deve se estender até quinta-feira (8).

 
José Bonfim Alves Santana, de 45 anos, acusado do assassinato dos procuradores, chegou escoltado ao Fórum de Vila Rica — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso/Assessoria

José Bonfim Alves Santana, de 45 anos, acusado do assassinato dos procuradores, chegou escoltado ao Fórum de Vila Rica — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso/Assessoria

Elizabeth Diniz Martins Souto é mulher de Saint-Clair Martins Souto e mãe de Saint-Clair Diniz.

 

“A vida toda subi na tribuna e nunca pude imaginar que já no apagar das luzes, há tantos anos de profissão, querendo parar, eu fosse fazer Justiça ao meu marido e ao meu filho”, comentou.

 

Advogada, ela será assistente de acusação e a nora dela, viúva de Saint Clair Filho, Maria Cecília de Marco Rocha, que é juíza federal, será representada como assistente de acusação pelo advogado Mário Alves Ribeiro.

 
Saint-Clair Souto (à esquerda) e Saint-Clair Martins Souto (à direita) desapareceram em MT — Foto: Reprodução/Facebook

Saint-Clair Souto (à esquerda) e Saint-Clair Martins Souto (à direita) desapareceram em MT — Foto: Reprodução/Facebook

“Eu tenho essa obrigação: é uma homenagem que eu faria a meus filhos e netos. Eles eram dois companheiros maravilhosos. Espero que o conselho de sentença e o juiz dê a pena máxima [a Bonfim]. Nenhuma pena substitui a dor. Se a pena dele é temporária, a nossa dor é infinita e eterna”, afirmou.

 
José Bonfim Alves Santana, de 45 anos, acusado do assassinato, foi escoltado até o fórum de Vila Rica — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso/Assessoria

José Bonfim Alves Santana, de 45 anos, acusado do assassinato, foi escoltado até o fórum de Vila Rica — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso/Assessoria

O advogado do réu, Oswaldo Augusto Benez dos Santos, diz que tentará uma pena menor a Bonfim, que é réu confesso.

“É um dos júris realizado que vai ficar para a história. É um aparato muito grande que, a meu ver, não teria tanta necessidade. Não é porque ele cometeu os delitos que ele se torna uma pessoa extremamente perigosa. Nosso objetivo é atenuar a pena do Bonfim. Ele confessa os dois crimes e a nossa função é uma pena menor”, pontuou.

 
Raquel Diniz Martins Souto, filha e irmã das vítimas, acompanha o júri em Vila Rica — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso/Assessoria

Raquel Diniz Martins Souto, filha e irmã das vítimas, acompanha o júri em Vila Rica — Foto: Tribunal de Justiça de Mato Grosso/Assessoria

Raquel Diniz Martins Souto, filha e irmã das vítimas, também está presente no júri e acompanha o caso.

“Esperamos a pena máxima. É um momento muito doloroso, uma dor imensa. Não vai trazer meu pai e meu irmão de volta, não vai diminuir a dor, mas, pelo menos, nos dá a sensação de dever cumprido, de que não fica a impunidade", avaliou.

Raquel mora em Portugal e viajou até Mato Grosso para acompanhar o júri.

 
Corpos dos procuradores estavam em uma pastagem perto da fazenda, em Vila Rica — Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT

Corpos dos procuradores estavam em uma pastagem perto da fazenda, em Vila Rica — Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT

 

O caso

 

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Bonfim atirou em Saint-Clair quando o idoso estava montado em um cavalo. A vítima foi atingida pelas costas enquanto andava pela propriedade.

O funcionário, então, foi até o curral da fazenda e procurou pelo filho da vítima dizendo que o pai havia caído no pasto. Os dois foram a cavalo até o local indicado por Bonfim.

No momento em que Saint-Clair viu o pai caído, desceu do cavalo e se aproximou. Bonfim, ainda montado no cavalo, atirou e matou a segunda vítima pelas costas. O funcionário ainda escondeu os corpos das vítimas.

 
Pai e filho estavam desaparecidos desde sexta-feira (9) em Vila Rica; eles foram mortos na fazenda — Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT

Pai e filho estavam desaparecidos desde sexta-feira (9) em Vila Rica; eles foram mortos na fazenda — Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT

Para o MPE, Bonfim matou as vítimas porque os procuradores teriam desconfiado que o funcionário estava furtando gado e revendendo os animais deles. O vaqueiro confessou o crime, tanto à polícia quando à Justiça de Mato Grosso

Quando do início das novas investigações sobre o crime de furto de gado, o delegado Gutemberg de Lucena afirmou à época que o funcionário teria causado um prejuízo de, pelo menos, R$ 1 milhão às vítimas.

Com a quebra do sigilo bancário, a polícia descobriu que a movimentação financeira na conta do funcionário nos últimos meses era bem maior do que salário que ele recebia, de R$ 1,2 mil por mês. Ele foi capturado após fazer um saque em uma agência em Colinas do Tocantins.

Bonfim era funcionário da família há oito anos.


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