A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-MT) mandou soltar José Carlos de Freitas, apontado pela Polícia Judiciária Civil (PJC) como o “gerente” do bicheiro João Arcanjo Ribeiro na região oeste de Mato Grosso, com base no município de Cáceres (222 KM de Cuiabá).
Os magistrados da 2ª Câmara seguiram por unanimidade o voto do relator, o desembargador Rui Ramos, em julgamento ocorrido na tarde desta quarta-feira (21). Ele explicou que o Poder Judiciário Estadual vem se posicionando no sentido de que outros réus – que assim como José Carlos de Freitas foram presos na operação “Mantus”, deflagrada pela Polícia Judiciária Civil (PJC) no dia 29 de maio deste ano – não devem ficar na prisão, mas também não podem ser deixados em “estado de liberdade total”.
“Nos julgamentos anteriores nós substituímos a prisão cautelar por medidas alternativas. Não é o caso efetivamente de prisão. Mas não é a hipótese de se deixar sem nenhum tipo de restrição ou medidas alternativas. Especialmente para quem não tem antecedentes criminais. A decisão que foi proferida envolveu 3 dezenas de pessoas. Alguns com antecedentes, e outros não se podia nem chamar de antecedentes”, explicou Rui Ramos
Entre as medidas cautelares que serão cumpridas por José Carlos de Freitas, agora fora da prisão, estÁ a utilização de tornozeleira eletrônica. No último dia 7 de agosto, a Justiça mandou soltar o genro de João Arcanjo Ribeiro, que também faria parte da quadrilha, Giovanni Zem.
João Arcanjo Ribeiro, um dos dois líderes do Jogo do Bicho preso na operação “Mantus” continua preso em Cuiabá. Frederico Muller Coutinho, que comandava outra organização criminosa, foi solto no último dia 14 de agosto.
MAIS UM
Outro que também teve habeas corpus concedido foi Bruno César Aristides, membro da organização criminosa denominada Colibri. Segundo o MPE, ao lado de outros integrantes do grupo, Bruno Aristides fazia parte do "braço armado" do grupo liderado por João Arcanjo Ribeiro e seu genro, Giovani Zen Rodrigues.
OPERAÇÃO MANTUS
Na manhã do dia 29 de maio de 2019, a PJC deflagrou a operação “Mantus”, que prendeu o bicheiro João Arcanjo Ribeiro e outras 17 pessoas em Cuiabá. Em sua residência, os agentes de segurança encontraram R$ 200 mil em dinheiro vivo.
De acordo com as investigações, duas organizações criminosas – que utilizavam, inclusive, práticas de sequestro e tortura contra seus adversários -, atuavam no Jogo do Bicho em Mato Grosso. Uma delas era liderada por João Arcanjo Ribeiro. A outra, tinha como líder o empresário, e também “Comendador”, Frederico Muller Coutinho. Assim como seu concorrente, Coutinho foi preso pelos policiais do GCCO.
A PJC também informou que, apenas no período de 1 ano, as duas organizações movimentaram em contas bancárias cerca de R$ 20 milhões – excluindo os valores que circularam em dinheiro vivo.