A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-MT) mandou soltar dois réus presos na operação “Mantus”, da Polícia Judiciária Civil (PJC), e que desbaratou duas organizações criminosas que atuavam no “Jogo do Bicho” em Mato Grosso.
Os magistrados seguiram por unanimidade o voto do relator, o desembargador Rui Ramos, em julgamento desta quarta-feira (28). Em linhas gerais, Ramos utilizou a mesma justificativa para soltar Haroldo Clementino Souza – ligado à FMC Ello -, e Adelmar Ferreira Lopes, da Colibri, organização vinculada ao bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Ambos devem cumprir outras medidas cautelares, como a proibição de se ausentar da residência no período noturno, por exemplo.
“Estou concedendo [a liberdade] com medidas cautelares. Há a possibilidade de substituição por [medidas] cautelares. Não consigo impedir a continuidade disso diante das medidas que o juiz tomou. A prisão aqui acabou sendo exagerada”, relatou o desembargador.
De acordo com as investigações da PJC, Haroldo Clementino Souza atuava como “recolhedor” e “suporte” da FMC Ello e Adelmar Ferreira Lopes era uma espécie de “assessor” de Mariano Oliveira da Silva, responsável pela região norte de Mato Grosso, atuando pela Colibri.
OPERAÇÃO MANTUS
Na manhã do dia 29 de maio de 2019, a PJC deflagrou a operação “Mantus”, que prendeu o bicheiro João Arcanjo Ribeiro e outras 17 pessoas em Cuiabá. Em sua residência, os agentes de segurança encontraram R$ 200 mil em dinheiro vivo.
De acordo com as investigações, duas organizações criminosas – que utilizavam, inclusive, práticas de sequestro e tortura contra seus adversários -, atuavam no Jogo do Bicho em Mato Grosso. Uma delas era liderada por João Arcanjo Ribeiro. A outra, tinha como líder o empresário, e também “Comendador”, Frederico Muller Coutinho. Assim como seu concorrente, Coutinho foi preso pelos policiais do GCCO.
A PJC também informou que, apenas no período de 1 ano, as duas organizações movimentaram em contas bancárias cerca de R$ 20 milhões – excluindo os valores que circularam em dinheiro vivo.
Dois líderes das organizações criminosas - Giovani Zen Rodrigues e Frederico Müller Coutinho - já foram colocados em liberdade. João Arcanjo Ribeiro segue preso, aguardando julgamento do mérito de seu habeas corpus.