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GERAL Quarta-feira, 14 de Agosto de 2019, 09:03 - A | A

Quarta-feira, 14 de Agosto de 2019, 09h:03 - A | A

GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Sesp nega ter recebido placa dos grampos e mistério fica no ar em MT

Folha Max

O Governo do Estado não teria recebido o hardware utilizado para realização de interceptações telefônicas ilegais, promovidas pela Polícia Militar. O recebimento fazia parte de um contrato de cessão de uso entre o Ministério Público do Estado (MP-MT) e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), no ano de 2010.

O contrato de cessão de uso do hardware - duas placas de computador, da marca Wytron - chegou a ser expedido pelo MP-MT em favor do Poder Executivo. Mas não foi publicado no Diário Oficial do Estado, tornando sem efeito o ato administrativo.

 

As placas Wytron teriam sido utilizadas por membros da Polícia Militar de Mato Grosso para a estruturação de uma central clandestina de interceptações telefônicas no Estado. A fraude foi exposta durante uma reportagem do programa Fantástico, do Grupo Globo, no ano de 2017.

Os grampos ilegais teriam ocorrido durante a gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB). FOLHAMAX teve acesso a trechos do contrato de cessão do MP-MT com o Poder Público Estadual.

De acordo com o documento, o “empréstimo” do hardware duraria 6 meses e tinha possibilidade de prorrogação. Na época, o Procurador-Geral de Justiça, chefe do MP-MT, Marcelo Ferra, e o então secretário-adjunto da Sesp-MT, Alexandre Bustamante, firmaram o acordo.

Ambos os órgãos (MP-MT e Sesp-MT) realizam uma varredura para encontrar o documento que oficializou a entrega das placas Wytron à PM. As duas placas de computador da marca Wytron teriam sido recebidas pelo cabo PM Gerson Correa das mãos do então Comandante-Geral da Polícia Militar, e coronel PM, Zaqueu Barbosa, no ano de 2014 – antes da eleição do ex-governador Pedro Taques.

Os grampos ilegais tornaram-se públicos após a veiculação de duas reportagens do Fantástico. Jornalistas, médicos, advogados, políticos e até uma ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques (primo do ex-governador) sofreram interceptações telefônicas clandestinas que teriam sido feitas por policiais militares. O caso é conhecido como “barriga de aluguel”, onde pessoas que não são investigadas ou denunciadas sofrem os grampos, por interesses pessoais, ao lado dos verdadeiros suspeitos de investigações policiais.

Além de Zaqueu Barbosa – preso 9 dias após a veiculação da reportagem no Fantástico, que foi ao ar em 14 de maio de 2017 -, o cabo PM Gerson Luiz Ferreira, acusado de ser o operador da central clandestina, também teve mandado de prisão cumprido. Ambos já se encontram em liberdade.


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