A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) exigiu que a empresa Sebo Jales, localizada na Passagem da Conceição, em Várzea Grande, realize auditoria independente para detectar, de uma vez por todas, de onde vem o odor sentido em diversos bairros da ‘Cidade Industrial’ e também de Cuiabá, principalmente no fim da tarde e durante a noite. O relatório de responsabilidade pela emissão de gases foi entregue à Sema na quarta-feira (25), confirmando a emissão da Sebo Jales. O caso havia sido relatado pelo Olhar Direto, em fevereiro deste ano.
A Sebo Jales tem licença para operação até o ano de 2021 e precisa cumprir obrigações ambientais. Entre elas estão visitas a moradores da região que devem relatar eventuais consequências em seu cotidiano da atividade industrial da organização.
Em busca de descobrir a causa do mau cheiro, a Sema notificou a empresa para que contratasse auditoria independente, que deverá ser realizada do fim da tarde até a parte da noite, quando as reclamações aumentam.
A empresa contratada é certificada e tem equipamentos de alta tecnologia para captar os gases e detectar a direção e horário predominante de odor, o que facilitará na identificação das empresas responsáveis.
Em relação a empresa Sebo Jales, o empreendimento se comprometeu a contratar uma empresa especializada para mudar o sistema de tratamento e implementar uma nova tecnologia para um lavador químico de gases, melhorar o sistema de captação e fechar a estação de tratamento de esgoto, que é aberta.
Um plano de ação será protocolado pelo Sebo Jales esta semana na Sema. A Secretaria irá analisar se os prazos apresentados para as mudanças são razoáveis.
Em fevereiro deste ano, a reportagem recebeu diversas reclamações de internautas que relataram o problema com o mau cheiro que tem circulado por Cuiabá e Várzea Grande.
Moradores da região relataram ao Olhar Direto que o mau cheiro existe. Uma mulher, que preferiu não se identificar, disse que já acostumou com o odor. “É frequente aqui. Mas a empresa dá emprego pra muita gente, não temos nem como reclamar muito”.
A Sebo Jales, que produz ração animal, teve – nos últimos anos – fiscalizações realizadas pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema), responsável por emitir as licenças para que as empresas funcionem. Estas indústrias precisam ter um sistema de tratamento de odores.
O gerente administrativo da empresa, Rodrigo Fuga, disse à época ao Olhar Direto que de 2011 a 2012, quando houve reclamação sobre mau cheiro, a Sebo Jales começou a investir para amenizar ou acabar com gases e odores. "Foram investidos, de lá para cá, pelo menos R$ 10 milhões em máquinas, equipamentos e produtos para acabar com isto".
"Tanto que, recentemente, o que tinha no Ministério Público Estadual (MPMT) e na Secretaria de Meio Ambiente (Sema) foi arquivado. Não tivemos reclamações recentes, é algo que pode ser confirmado com as autoridades. Acredito que não seja mais nada daqui, não temos tido reclamação. Temos pessoas que nos ligam, amigos, que falam quando há alguma problema. Portanto, acredito que não seja daqui", acrescentou o gerente.
Por fim, Rodrigo afirmou que a empresa não recebeu nenhuma queixa recentemente. "É até uma surpresa que me tragam isto, porque não tivemos reclamação com a gente. O pessoal aqui da região mesmo não veio reclamar e olha que eles estão perto. O que investimos é o suficiente para controlar. Nossa licença de operação é nova, recente. O pessoal da Sema fez auditoria, estão cada vez mais rigorosos".
A Sebo Jales opera no local desde 1998. Ao todo, são 135 empregos diretos gerados pela empresa.