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GERAL Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019, 14:47 - A | A

Segunda-feira, 26 de Agosto de 2019, 14h:47 - A | A

Queimadas prejudicam meio ambiente e a saúde humana

Redação/Regina Botelho

Regina Botelho

Da Redação    

Clima seco, altas temperaturas e grandes focos de queimadas. Essa é a situação enfrentada pela população de Mato Grosso. As mudanças climáticas e os focos de incêndio registrados em várias regiões não causam transtornos apenas ao meio ambiente. Nessa época do ano, emergências hospitalares recebem um grande número de pessoas com problemas respiratórios causados pela fumaça dos grandes incêndios. O clima seco e a baixa umidade durante essa época do ano, favorecem o aumento dos casos de doenças respiratórias e circulação do vírus da gripe. Há três semanas os irmãos Luiza Ferreira de 4 anos e Eduardo Gabriel de 13 anos que moram em Várzea Grande no bairro Costa Verde estão sofrendo com as consequências das queimadas e o tempo seco.

A mãe Francielly Mattos diz que os dois filhos estão com tosse, espirando com frequência e tiveram febre. Em Nossa Senhora do Livramento, a autônoma Paula Cristina já não sabe mais o que fazer, pois seus dois filhos Paulo Renato e Diego Adelmo que há vários dias estão gripados e com coriza. “As pessoas que as pessoas mesmo sabendo que as queimadas são proibidas ateiam fogo no quintal e contribuem com os problemas ambientais e respiratórios”. Quanto maior a proximidade da queimada, maior o seu efeito à saúde. Por esse motivo, especialistas alertam para o cuidado redobrado da população.

De acordo com a pneumologista Ayrdes Pivetta, qualquer pessoa que tenha inalado fumaça e resíduos provenientes das queimadas deve recorrer a uma supervisão especializada. Segundo ela, mesmo que em pequena quantidade, as substâncias tóxicas podem causar sérios danos à saúde. “Apresentando qualquer sintoma respiratório, principalmente falta de ar, o serviço médico deve ser procurado imediatamente”, ressalta. Bombeiros e profissionais de resgate estão mais expostos aos efeitos dessa inalação. Contudo, quem vive próximo a essas áreas de incêndios também devem tomar algumas medidas de proteção.

Fechar janelas e portas e umidificar o ambiente de casa é uma das alternativas para proteger a saúde. Todo cuidado é necessário para prevenir uma série de doenças causadas pela exposição das pessoas às nuvens de fumaças. A doutora lembra que o calor da fumaça é responsável por uma agressão ao trato respiratório. “A inalação resultante das queimadas pode ocasionar injúria pulmonar, que é um processo inflamatório do tecido respiratório.

Quanto maior a temperatura e a exposição, mais possibilidade de intoxicação.” Quem já possui complicações respiratórias pode ter agravamento dos sintomas, caso fique exposto à fumaça. Além disso, o calor excessivo por situações de queimada pode afetar a saúde dos olhos, a mucosa do nariz e causar queimaduras na pele. Asma, bronquite, sinusite e rinite, nariz entupido, rouquidão, tosse alérgica, conjuntivites, irritação nos olhos e garganta, alergia e vermelhidão na pele, além de doenças cardiovasculares, estão entre os problemas mais frequentes em decorrência da fumaça.   

Destaque nacional   Mato Grosso voltou a figurar nos destaques do noticiário nacional na semana passada dia 19, dessa vez como o estado que enfrenta a pior temporada de queimadas dos últimos sete anos. Conforme reportagem veiculada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, falta dinheiro para combater os incêndios e, dos 141 municípios de Mato Grosso, apenas 22 têm unidades do Corpo de Bombeiros, que precisam escolher as ocorrências mais graves para poder atuar.  Segundo a reportagem, a situação de Mato Grosso é de "alerta ambiental" e o clima quente e seco favorece o surgimento de queimadas.

A situação se agrava a partir do bloqueio do Fundo Amazônia, responsável por destinar pelo menos R$ 12 milhões para combate a incêndios em Mato Grosso - dinheiro usado para a criação do Batalhão de Emergências Ambientais, a compra de dois aviões e de novos equipamentos. Com a suspensão do fundo, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema) teria afirmado que não terá como avançar no combate ao fogo em razão da crise financeira e que a compra de um terceiro avião e de novos veículos devem ser canceladas.  

Prioridade   O governador Mauro Mendes recebeu na semana passada, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que veio a Mato Grosso para acompanhar as ações de combate e controle de incêndio que atinge as florestas e áreas rurais no Estado. O chefe do poder Executivo garantiu que os esforços para o combate às queimadas continuarão a ser prioridade.

“Nós colocamos em funcionamento uma plataforma com imagens de monitoramento e detecção de qualquer desmatamento ilegal e de mudança da paisagem com queimadas, que pode servir para ser usadas nas perícias para responsabilizar quem, efetivamente, estiver praticando crime ambiental e estiver em desacordo com a legislação ambiental”, disse Mendes, ao citar o recente lançamento da plataforma Imagens Planet em Mato Grosso. Ainda de acordo com o governador, o Estado está promovendo ações para identificar os responsáveis por causar incêndios, especialmente nas áreas com maiores incidências.

“Nós estamos tomando as medidas necessárias para combater às queimadas aqui no Estado de Mato Grosso e punir os responsáveis. "Mais de 60% dessas queimadas aconteceram em torno das nossas regiões urbanas. Isso prova que essa ação não tem ligação com o setor produtivo. Isso é um desrespeito às regras ambientais e a todos nós, pois isso traz consequências à saúde e qualidade de vida da população”, frisou o governador.


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