Nos primeiros quatro meses deste ano foram abertas mais de 1,3 milhão de empresas no Brasil e, no mesmo período, 542 mil foram fechadas. São mais de 19 milhões de empresas no país, sendo 99% delas micro ou pequenas e que empregam 66% da mão de obra brasileira. Este montante é responsável por 27% do nosso Produto Interno Bruto (PIB).
Os empresários brasileiros são uma força motriz em nossa economia e precisam ser valorizados, mas antes de mais nada, também precisam se valorizar. Um levantamento da Education at Glance, elaborado pela OCDE, apontou que 21% dos jovens brasileiros, entre 25 e 34 anos, concluíram o ensino superior.
Em 2011, eram 18%. Ou seja, crescemos pouco e somos o menor percentual da América Latina, já que a Argentina conta com 40%, o Chile com 34% e a Colômbia com 29%. A média dos países ligados a OCDE é de 44%.
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O Brasil é um celeiro no empreendedorismo. Somos um povo criativo, flexível e entusiasta por natureza, temos um mercado emergente, gigantesco e temos avançado em relação à desburocratização dos serviços públicos.
Ainda assim, se o empreendedor não investir em sua capacitação, é muito provável que os próximos 10 anos sejam muito difíceis para os despreparados. Investir em marketing, comunicação, desenvolvimento de produtos, ter um planejamento e um caixa não será postura apenas de grandes empresas.
Mesmo pequeno, o empresário terá que agir como grande, terá que ser organizado, terá que buscar tendências. O empresário do futuro terá que se reinventar neste cenário que estamos vivendo no Brasil.
Teremos muitos desafios políticos e de mercado e nunca houve tantas oportunidades para que o empresário possa se preparar: empresas de consultoria empresarial e financeira, faculdades e especializações online, assessoria jurídica, marketing digital e grupos de networks são estratégias que devem ser observadas para quem pensa em empreender.
A tendência é que as mudanças venham cada vez mais rápidas e, quem não estiver preparado, ficará na parte ruim das estatísticas.
Vimos Mato Grosso puxar o crescimento do PIB do Brasil e o agro é o grande responsável por esse crescimento. O agro nasceu, sofreu, cresceu e aprendeu, trouxe tecnologia de fora, eficiência e inovação para as fazendas.
Na década de 1960 tivemos um movimento forte de êxodo rural. O homem do campo estava indo para a cidade para aprender. E aprendeu. Talvez seja a hora de o empresário fazer o mesmo, já que temos que aprender primeiro para, só depois, poder ensinar.
Assim como um dia um cara da roça me falou: Mário, ou você está verde e crescendo, ou maduro e apodrecendo, vamos voltar à escola?
*Mário Quirino é especialista em desenvolvimento humano, e Diretor Executivo do BNI Brasil em Mato Grosso.