O pecuarista de Sinop, Joares Miguel Formehl, conheceu está semana duas propriedades onde foi implantado o Projeto de Confinamento de Bovino de Corte, executado pela Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural), nas cidades de Guarantã do Norte e Matupá. Com uma produção de 200 cabeças de gado, ele conta que seu interesse pela atividade começou depois de participar de encontros promovidos pelos técnicos da Empaer na cidade e ver a viabilidade em implantar em sua propriedade.
“Foi uma experiência espetacular. Tiver a oportunidade de sanar dúvidas e conhecer, de perto, como o sistema funciona. Fiquei surpreso com as vantagens na redução da área necessária para a produção. Em apenas um hectare, podem ser confinados até mil animais, com ração balanceada. Além de evitar o desmatamento, com a abertura de novos pastos e piquetes, contribui também para a geração de empregos diretos e indiretos”.
Segundo o pecuarista, 46 animais com 24 meses já estão no sistema de confinamento. “Estou testando e pretendo investir. Conhecer as duas propriedades só ampliou meu horizonte. O que mais me chamou atenção, é o fato de o sistema poder ser executado em pequenas propriedades, com retorno financeiro para o investidor”.
O zootecnista da Empaer, Breno de Moura Gimenez, destaca que o objetivo da iniciativa foi mostrar ao produtor como é a realidade do confinamento e divulgar a tecnologia para ser implantada no município de Sinop.
“Cada propriedade tem uma particularidade. Em Guarantã do Norte, foi montado o primeiro confinamento pela Empaer no Estado. Hoje, a capacidade é de 500 bovinos em fase de terminação, porém está com 400 animais, que entram pesando 13 arrobas, com a meta de chegar a 18 arrobas. Um ganho de cinco arrobas em 90 dias no sistema confinado”, explica.
De acordo com Breno, o que irá determinar o ganho de peso e o tempo confinado são as variáveis, entre elas a dieta formulada, a genética do animal e o conforto térmico do lugar.
Nesta mesma propriedade é adotada uma metodologia, em que se retira os bovinos do pasto, os coloca em confinamento por um curto período e depois retornam ao pasto. “Este é um manejo estratégico, que acontece no período da seca por causa da falta de pasto e, portanto, para não perder desempenho no ganho de peso”.
Breno Gimenez destaca um detalhe importante - organização e controle precisam ser anotados e calculados, para evitar prejuízos.
O zootecnista da Empaer, Breno de Moura Gimenez, destaca que o objetivo da iniciativa foi mostrar ao produtor como é a realidade do confinamento e divulgar a tecnologia para ser implantada no município de Sinop.
“Cada propriedade tem uma particularidade. Em Guarantã do Norte, foi montado o primeiro confinamento pela Empaer no Estado. Hoje, a capacidade é de 500 bovinos em fase de terminação, porém está com 400 animais, que entram pesando 13 arrobas, com a meta de chegar a 18 arrobas. Um ganho de cinco arrobas em 90 dias no sistema confinado”, explica.
De acordo com Breno, o que irá determinar o ganho de peso e o tempo confinado são as variáveis, entre elas a dieta formulada, a genética do animal e o conforto térmico do lugar.
Nesta mesma propriedade é adotada uma metodologia, em que se retira os bovinos do pasto, os coloca em confinamento por um curto período e depois retornam ao pasto. “Este é um manejo estratégico, que acontece no período da seca por causa da falta de pasto e, portanto, para não perder desempenho no ganho de peso”.
Breno Gimenez destaca um detalhe importante - organização e controle precisam ser anotados e calculados, para evitar prejuízos.
Na segunda propriedade, em Matupá, do pecuarista Arnaldo Freiberger tem capacidade para 500 cabeças de gado. Ele diz trabalhar com bovinos macho, devido ao maior ganho de peso, rendimento de carcaça e melhor conversão alimentar. “Fui muito bem orientado e sempre segui à risca tudo que me era passado. Implantei o sistema em março de 2019 e não me arrependo de nada, muito pelo contrário. Agradeço todos os dias à Empaer e ao técnico responsável”.
Arnaldo investiu na estrutura do galpão coberto e o piso 100% concretado para facilitar o manejo de dejetos e possibilitar melhor conforto animal, ficando livre do atoleiro do barro no período da chuva.
Na propriedade, há uma fábrica de ração, já que é fundamental o alimento ser balanceado. Grão úmido de milho e de capim compõem a dieta fornecida quatro vezes ao dia para os 400 animais, que chegam a consumir diariamente uma média 22 quilos da ração por cabeça. Os dejetos, coletados por uma esterqueira, são usados na plantação de milho.
“Meu filho é veterinário e responsável pela dieta do gado, além de estar à frente de uma fábrica de ração em Cuiabá. Acompanhamos tudo de perto”. O pecuarista relatou que chegou a colher, em média, 185 sacas de milho por hectare, utilizando o esterco bovino como adubo.
O técnico da Empaer, Antônio Paulo Gedoz Barros, lembra que o Projeto de Confinamento de Bovino de Corte teve como referência o colega Jair de Alburquerque Siqueira, médido veterinário, atualmente desligado da empresa por tempo de serviço.
“O trabalho é mostrar que deu certo e que os pecuaristas estão contentes com o resultado. Na implantação, os produtores foram até orientados sobre linhas de financiamentos e assistência técnica. O processo necessita de acompanhamento frequente”, explica.
Sobre as questões ambientais, licenciamento e outorga, o engenheiro Florestal da Empaer, Leandro Dalla Libera, que também fez parte da visita nas propriedades, destaca não poder deixá-las de lado, durante o planejamento da implantação de um empreendimento deste porte. Desde a localização das estruturas em relação aos cursos d'água, bem como a fonte de água e o destino dos dejetos e resíduos.
“Com relação à atividade de confinamento de bovinos, podemos destacar a grande demanda de água, tanto para dessedentação dos animais quanto para a limpeza e manutenção das estruturas. A fonte pode ser tanto superficial (rios e córregos) quanto subterrânea (poços), sendo que ambas são passíveis de outorga de uso da água perante a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema)”.
Leandro acrescenta outro ponto de atenção relacionada à grande quantidade de dejetos gerados pelos animais, que precisam ter destinação ambientalmente correta para evitar contaminação do solo e dos recursos hídricos. “Para isso, a área onde os animais circulam deve ser impermeabilizada, contar com canaletas de captação e destinação destes resíduos para as lagoas de dejetos, que também devem ser impermeabilizadas e cercadas”.
Ele frisa que, neste ponto, deve-se levar em consideração o elevado potencial dos dejetos, que podem ser utilizados como fertilizante orgânico nas próprias lavouras da fazenda, nas áreas onde são produzidas as matérias primas que entram na composição da ração para os próprios animais, transformando o que seria um problema em uma oportunidade para reduzir custos.
Por fim, o engenheiro florestal pontua ser preciso atentar também para a análise de solo para determinar as necessidades nutricionais das culturas e dos dejetos, para conhecimento do teor de nutrientes e assim calcular a quantidade ideal de dejetos a ser aplicada, evitando a contaminação por excesso de nutrientes.
Também participou da visita à médica veterinária da Empaer, Natasha Macedo Soares.