O projeto “Papo de Homem para Homem”, criado em 2014, tendo como objetivo principal quebrar o ciclo de violência doméstica contra as mulheres e as famílias e mitigar a ignorância dos homens referente a Lei Maria da Penha.
Idealizado pelo delegado Cláudio Álvares, então titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Várzea Grande, o “Papo de Homem para Homem” orienta os homens sobre os dispositivos da lei e conscientiza para que possam entender padrões de condutas machistas que levam à violência de várias formas contra suas parceiras.
Conforme o coordenador da Polícia Comunitária da Polícia Civil e do projeto, Jefferson Dias Chaves, atualmente as atividades são desenvolvidas na última quinta e sexta-feira do mês, na sede da Acadepol ( Academia de Polícia Judiciária Civil), onde desde a sua criação mais de 1500 homens já passaram pelo projeto.
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“São desenvolvidas atividades reflexivas como palestra educativa (5 horas), encontro reflexivo- escola de homens, acompanhamento on line (grupo de rede social), visitas direcionadas de acompanhamento para evitar a reincidência, palestras em escolas, empresas, e panfletagem em espaços públicos e privado”, pontua o coordenador. Hoje, no projeto, são encaminhados, em média, 50 homens, que foram denunciados por violência doméstica. E o projeto ganhou um importante aliado, ou seja, o Poder Judiciário.
“Esse projeto vai casar com os interesses de ampliar nosso atendimento dentro das varas de violência doméstica, no sentido de olhar para o agressor. Precisamos disso, do encaminhamento desse homem para uma rede de atendimento, em termos de prevenção e informação. Vamos começar a remeter esses agressores dentro das medidas protetivas e das medidas cautelares para participar desse projeto junto à Polícia Civil”, afirmou a juíza Tatiane Colombo, da 2ª vara especializada, ao destacar a união de esforços entre as instituições.
O trabalho realizado pela Polícia Civil desde 2014 já alcançou mais de 1.000 homens presos pela Lei Maria da Penha, sendo que as atividades socioeducativas já foram realizadas em empresas, penitenciárias e escolas, além dos encontros corriqueiros promovidos pela Polícia Comunitária.
As dinâmicas são relacionadas ao processo de reflexão sobre o tema violência doméstica familiar contra mulher, trabalhando no público masculino questões relacionadas a problemas psicossociais, como ciúmes, posse, agressões, perdão, compaixão, autoanálise, comportamentos, crises afetivas e financeiras.