Mais de 400 colaboradores da Agenda Assessoria conheceram a história do multimedalhista Simplício Campos, nadador paralímpico, que está entre os três melhores competidores do Brasil. O atleta profissional contou a história dele de adaptação após perder o braço esquerdo em um acidente de trânsito e como conseguiu dar a volta por cima através do esporte.
O encontro ocorreu nesta quarta-feira (21), no auditório da empresa, em Cuiabá. A palestra faz parte da programação da campanha Setembro Amarelo. O amazonense recordou as crises que enfrentou a partir do acidente e como passou a enxergar a vida. De maneira humorada, falou aos colaboradores sobre a importância de ter uma visão positiva sobre as dificuldades e os benefícios que vieram ao se cercar de pessoas.
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O objetivo do encontro foi conscientizar os colaboradores sobre a importância de identificar e buscar tratamento em caso de depressão ou outras doenças psicológicas. Simplício relatou que durante os dias difíceis procurou se alegrar por estar vivo e orienta: “tenha calma e paciência”.
“É preciso analisar o problema e avaliar se pode fazer alguma coisa em relação ao acontecimento. O que eu posso fazer com o fato de ter ficado sem braço? Nada. Não tenho o que fazer. Se o problema é não ter braço, o que eu posso fazer com o outro braço? Tenho a cabeça, tenho as pernas, consigo raciocinar bem. O que posso fazer com o que tenho hoje? Se não sei, posso procurar um amigo de confiança e mais experiente para conversar e buscar uma orientação”, explica.
Ele comenta ainda que sempre que se depara com alguém que está passando por uma situação parecida com a dele, se esforça para mudar os pensamentos negativos da pessoa. Ele defende que não basta estar vivo, é preciso se sentir vivo e para isso é preciso manter a mente saudável.
“Nunca passou pela minha cabeça querer me matar. Não faz sentido. A vida é algo muito importante. Se sentir vivo é fundamental para tudo. Se fosse para morrer, teria morrido no local do acidente ou na cirurgia, perdi bastante sangue. Nós temos escolhas. Decidi me alegrar por estar vivo. O que podia ter sido feito para salvar o braço, foi feito, mas não foi possível”, justifica.
A coordenadora de Recursos Humanos, Geisa Rosa explica que a empresa desenvolve uma agenda de programações com o objetivo de acompanhar a saúde mental dos colaboradores e que em determinados períodos do ano esse trabalho é intensificado. Ela é a responsável por fazer o acolhimento, encaminhamento e supervisão de pessoas que se afastam para receber tratamento nos casos de estresse, ansiedade, síndrome do pânico, depressão e outras doenças psicológicas.
“A gente sempre está em contato com o profissional que está em tratamento. Não são questões oriundas do trabalho,e essa informação é muito importante para nós, pois, com esse diagnóstico podemos analisar se estamos errando em algum ponto e fazer correções. Mas a questão é que a pandemia trouxe à tona muitas doenças psíquicas que até então estavam ali guardadas”, explica a psicóloga.
Hermes Freire, consultor jurídico da Agenda Assessoria, disse que tem observado muitas pessoas sofrendo com depressão e que esse tipo de programação é importante para esclarecer a essas pessoas que elas não estão só.
“Já tive um caso de suicídio na família e entendo o quanto é importante fazer esse tipo de atividade. Ver alguém que perdeu um braço alcançar um novo projeto de vida e ter sucesso nesse caminho é bastante inspirador e motivador. A forma dele olhar a vida faz toda a diferença. Isso é importante para demonstrar que a gente pode fazer escolhas. Se ele tivesse visto uma palestra dessa, acredito que de repente nem aconteceria a fatalidade”, lamenta.
De acordo com o executivo Gláucio Cardoso, a Agenda Assessoria oferece um acolhimento que muitos colaboradores não encontram em outros lugares. Lembra que muitos ainda sofrem com a perda de um ente querido para a covid-19 e, por isso, a empresa busca estar preparada para auxiliar os colaboradores e contribuir para a saúde emocional deles.
“Nossa construção tem como base o conhecimento, nada mais do que isso. Se tirar as pessoas, acabou o negócio. Ninguém anda só, precisamos ter um companheiro, uma companheira, pois é melhor estar em dois, porque se um cair o outro ajuda a levantar. Não podemos deixar ninguém sozinho em suas dificuldades. Atuamos em uma área que tem muitas exigências e todos passam por dificuldades na vida. Isso em algum momento pode infringir algumas fronteiras da saúde mental. Se nós estamos ao lado de pessoas manifestando tristeza e angústia, é nosso dever agir imediatamente.”, afirma o gestor.