20 de Setembro de 2024

ENVIE SUA DENÚNCIA PARA REDAÇÃO
logo

GERAL Terça-feira, 20 de Agosto de 2019, 08:56 - A | A

Terça-feira, 20 de Agosto de 2019, 08h:56 - A | A

ALFINETADA NO MPE

Juiz garante que Vara Militar "dará resposta" sobre grampos e cobra outras instituições

Folha Max

O juiz da 11ª Vara Militar de Cuiabá, Marcos Faleiros da Silva, garantiu que dará uma “resposta” na ação que apura a participação de policiais militares num esquema de interceptações telefônicas ilegais ocorridas em Mato Grosso, conhecida como “Grampolândia Pantaneira”. A declaração foi dada em entrevista ao programa A Notícia de Frente, da TV Vila Real, na manhã desta segunda-feira (19).

Entre os policiais militares que são réus nas ações conduzidas por Faleiros, está o coronel PM e ex-comandante geral da corporação, Zaqueu Barbosa, e o cabo PM Gerson Corrêa. “Como eu disse, da nossa parte dos militares, nós vamos entregar uma resposta. O que eu posso dizer aqui é que aguarda-se resposta das outras Instituições”, disse ele.

 

Marcos Faleiros foi questionado sobre uma suposta “queda de braço” entre o Poder Judiciário e o Ministério Público do Estado (MPE-MT). Informações de bastidores dão conta de que o órgão estaria “dificultando” a instauração de procedimentos contra promotores e procuradores de Justiça que também são suspeitos de participação no esquema de grampos ilegais.

O juiz da 11ª Vara Militar preferiu não comentar o caso em detalhes, mas criticou o que chamou de “omissão” e lembrou que a sociedade espera uma “resposta”. “Eu não estou acompanhando o que está ocorrendo porque a gente acompanha mais pela imprensa. Mas a omissão, independente de ser uma guerrinha ou não, ela é prejudicial. Eu acho que a ausência de resposta neste caso ela é muito prejudicial”, ponderou ele.

Nesse sentido, continuou o juiz, se membros do Judiciário, ou do próprio MPE-MT, cometeram crimes, as Instituições devem investigar e eventualmente punir os culpados.

“O caminho esta na própria constituição. Havendo uma notícia de um crime, o Poder Judiciário tem que tratar os seus, como trata como qualquer pessoa, a polícia civil tem que tratar os seus como se trata qualquer pessoa, e o Ministério Público tem que tratar eles como se trata qualquer pessoa, porque a Lei é igual para todos, assim como nós militares temos que tratar os militares como qualquer outra pessoa”.

GRAMPOS

Os grampos ilegais tornaram-se públicos após a veiculação de duas reportagens do Fantástico. Jornalistas, médicos, advogados, políticos e até uma ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques (primo do ex-governador Pedro Taques) sofreram interceptações telefônicas clandestinas que teriam sido feitas por policiais militares. O caso é conhecido como “barriga de aluguel”, onde pessoas que não são investigadas ou denunciadas sofrem os grampos, por interesses pessoais, ao lado dos verdadeiros suspeitos de investigações policiais.

Além de Zaqueu Barbosa – preso 9 dias após a veiculação da reportagem no Fantástico, que foi ao ar em 14 de maio de 2017 -, o cabo PM Gerson Luiz Ferreira, acusado de ser o operador da central clandestina, também teve mandado de prisão cumprido. Ambos já se encontram em liberdade.


Comente esta notícia

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Tangará Online (tangaraonline.com.br). É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Tangará Online (tangaraonline.com.br) poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.


image