Os funcionários dos Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado em Mato Grosso. A greve, também nacional, foi decretada na noite desta terça-feira (10) em assembleias realizadas em diferentes estados.
Em Mato Grosso, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso (Sintect-MT), Edmar dos Santos Leite, disse que os funcionários decidiram pela greve porque são contra a privatização dos Correios no país.
Além disso, os servidores cobram um acordo coletivo que está pendente com a empresa.
Em nota, a direção dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis, "considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões".
“Queremos retirar os Correios do programa de privatização. Isso vai prejudicar os trabalhadores e a população. Não vai ter Correios em todas as cidades. Queremos discutir a privatização, que não é a saída. Os Correios não têm mais a qualidade que tinha, mas isso foi produzido e induzido pelos últimos governos que sucateou [a estatal] para poder privatizar”, criticou o presidente em Mato Grosso.
Ainda, os funcionários cobram a assinatura de um acordo coletivo. Eles dizem que os representantes da empresa abandonaram as negociações e colocaram em risco os benefícios que os funcionários conquistaram nos últimos anos.
Atualmente Mato Grosso conta com 1,2 mil funcionários nos Correios. O sindicato diz que 30% do efetivo foi mantido na greve.
“Não temos concursos desde 2011. Não temos mais transporte aéreo de cargas, tudo chega por carretas. O Sedex, que antes chegava no dia seguinte, hoje demora entre cinco a 10 dias para ser entregue. São ações, de vários anos, que foram pensadas para piorar o serviço e causar essa impressão na população”, finalizou o presidente.
A greve teve mais adesão em Cuiabá, Cáceres, Alta Floresta, Nova Mutum, Tesouro, Luca do Rio Verde e outras cidades.