Tangará da Serra completa hoje, 13 de maio de 2020, 44 anos de emancipação político-administrativa. É quase meio século de história desde que o distrito de Barra do Bugres virou município, em 1976. Claro que Tangará existe desde bem antes, mas ‘ganhou independência’ somente após a criação da Lei Estadual nº. 3.687, de 13 de maio de 1976, de autoria do deputado estadual José Amando, esposo da primeira prefeita, Thaís Bergo Duarte Barbosa.
A cidade, hoje com mais de 100 mil habitantes, é uma das mais importantes de Mato Grosso, formada por uma miscigenação de pessoas vindas de todo o Brasil. Primeiro foram os paulistas, os mineiros, os paranaenses, dentre outros, depois Tangará virou uma ‘miscelânea’ de gente de todas as partes do Brasil.
O Tangará em Foco conversou com essas pessoas e perguntou: – O que você espera para Tangará da Serra a partir de agora? O resultado são depoimentos de gente de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, de Alagoas, da Paraíba, do Paraná, e de gente nascida aqui mesmo em Mato Grosso ou em Tangará da Serra.
Thiago Gomes Cabral/Comerciário
É o caso do jovem Thiago Gomes Cabral, 23 anos, funcionário do comércio, que nasceu aqui em 1996, na Vila Nazaré. Quando ele veio ao mundo, Tangará da Serra já tinha 20 anos de emancipação, quase da metade da população de hoje e despontava como polo regional de desenvolvimento econômico, social e saúde. O prefeito da época era Saturnino Masson (1993-1996), que terminaria seu mandato ao final daquele ano e entregaria a Prefeitura para Jaime Muraro.
“Eu espero uma cidade mais forte, mais promissora. Que o comércio aumente, as indústrias grandes e pequenas, para assim gerar mais emprego e renda para a população. Que movimente a economia local, que valorize mais os pequenos produtores rurais, tão presentes na nossa vida cotidiana. Espero a preservação e valorização da cultura, do artesanato e que os pontos turísticos sejam mais vistos e mostrados para o Brasil e o mundo”, disse Thiago.
Wellington Machado/Artista
Também nascido em Tangará da Serra na época em que Manoel do Presidente era o prefeito, Wellington Machado, o Japa, artista do Grupo Os de Fora, disse esperar uma cidade mais propícia para o desenvolvimento cultural. “Espero que possamos construir uma Tangará menos desigual, mais inclusiva e com mais oportunidade para os artistas da cidade”, disse.
Amauri Blanco Gonsales/Autônomo
Amauri Blanco Gonsales, autônomo, também nasceu em Tangará da Serra. O ano era 1982, a prefeita era Thaís Barbosa, que logo entregou a administração da cidade para Antonio Porfírio de Brito. Ele defende que a cidade deve se apoiar em seus cidadãos para se consolidar.
“Eu desejo que cada munícipe seja um ponto de apoio na constante construção de uma Tangara melhor, que através de valores sólidos ajudem neste processo contínuo de transformação que o nosso município tanto precisa. Buscando no presente o futuro para que as conquistas da comunidade sejam sempre crescentes, demonstrando que somos nós quem fazemos o amanhã melhor e mais justo para a nossa cidade”, disse Amauri.
Robson Israel/Estudante
Robson Israel nasceu na cidade vizinha, Campo Novo do Parecis (MT), mas vive em Tangará da Serra desde os dois anos de idade. Quando chegou aqui, um bebê ainda, o prefeito era Manoel do Presidente (1989-1992). Ele também espera que a cidade evolua nos próximos anos. Para ele, a juventude precisa ser ouvida.
“Eu espero que a cidade tenha uma infraestrutura melhor, que venham mais indústrias, para gerar mais empregos e renda, assim também como eu quero que os jovens tenham voz e vez na Tangará do futuro. Eu amo Tangará da Serra, e vou lutar para ela ser melhor a cada dia”, disse.
Ediarlin Felix/Comerciário/Estudante
Outro morador mais jovem ainda, ouvido pelo Tangará em Foco, é Ediarlin Felix, estudante e funcionário do comércio local. Natural de Arapiraca, estado do Alagoas, o rapaz, que completará 18 anos em 2020 já um apaixonado por Tangará da Serra. Ele veio com a família para cá, onde fixou residência e onde trabalha. O rapaz chegou aqui com a família aos 4 anos, em 2006, quando o prefeito era Júlio César Ladeia. Ele criou tanto vínculo com Tangará que até adquiriu terreno em novo loteamento da cidade, onde pretende fincar raízes. Ele fala com orgulho da cidade onde mora.
“Espero muitos anos prósperos. Podemos ver que a cidade de Tangará da Serra cresce dia após dia e por isso eu acredito nela e decidi construir a minha vida aqui. É com muita alegria, orgulho que tenho o prazer de falar que eu moro em Tangará da Serra”, disse.
Francisca Alda de Lima/Professora
A professora da rede pública Francisca Alda de Lima, paraibana de nascimento, chegou à Tangará em 1974. A gente ainda nem era Município, sim um distrito de Barra do Bugres. “No plebiscito para virar Município eu já estava aqui”, fala com orgulho. Ela chegou aqui com 6 anos de idade. É uma pioneira e espera que Tangará da Serra seja uma cidade no futuro que respeite os seus cidadãos. “Espero que o bom senso e o diálogo assegure a paz entre os cidadãos tangaraenses e que governantes respeitem a Constituição Federal, assegurando a democracia”, disse.
Nilton Dalla Pria/Comerciante/Político
Nilton Dalla Pria, o vereador Niltinho do Lanche, proprietário de uma lanchonete, nasceu no Paraná, em 1976, mas mudou-se com a família para cá em 1979. Na época, a prefeita da cidade era Thaís Barbosa e a hoje consolidada Tangará da Serra era um sonho. Hoje, para Niltinho, a cidade está consolidada e seu futuro é promissor.
“Tangará está no eixo do desenvolvimento do nosso país, sem politicagem, sem roubalheira, com uma administração volta à população. Eu espero que o nosso Município tenha um hospital regional para atender os nossos cidadãos, que tenha uma política pública voltada à população, Esse é meu desejo, sempre sonhei e depositei todas as minhas fichas nessa cidade que eu escolhi pra viver com a minha família”, disse Niltinho.
Rejane Centurion/Professora Universitária
A professora da Unemat Rejane Centurion, doutora e coordenadora do Curso de Letras, é natural do estado de Mato Grosso do Sul e vive em Tangará da Serra há 12 anos. Quando chegou aqui Tangará era administrada pelo prefeito Júlio César Ladeia. Ela lembra que esse aniversário da cidade é atípico, pois é tempo de pandemia do coronavírus (Covid-19), momento em que o mundo repensa seus valores.
“A comemoração destes 44 anos veio num momento em que o mundo inteiro foi levado a repensar seus valores. Nesse sentido, meu desejo é o de ver uma cidade mais forte em suas relações humanas e que os gestores voltem seus olhares, um pouco mais, à educação, saúde, cultura, esporte e lazer, pois só assim conseguiremos ter uma cidade melhor”, disse Rejane.
Lourdes Rolim/Artesão/Aposentada
A artesã aposentada Lourdes Rolim, hoje com 63 anos, chegou a Tangará em 1988. O prefeito era Antonio Porfírio de Brito. Ela acompanhou a evolução da cidade e torce para que a hospitalidade e o amor dos tangaraenses para com o próximo permaneçam. “Eu cheguei aqui sem rumo, recém-separada, sem saber o que fazer. Me lembro que antes, na rodoviária de Cuiabá, uma pessoa chegou e me disse: quer oportunidade? Vá para Tangará da Serra. Eu comprei uma passagem e vim parar aqui. É a cidade do meu coração”, disse Lourdes.
Gilvan Mello/Repórter/Radialista
O radialista Gilvan Mello, da Gazeta FM, tem uma história maravilhosa com Tangará da Serra. História que começou em 1974, quando a cidade ainda não era Município. Ele conta que seu pai, mãe e duas irmãs vieram do interior de São Paulo a procura de dias melhores, cuidar de lavouras de café, milho e arroz, que era o que eles sabiam fazer.
“Na época, eu tinha 3 anos de idade, a gente morou na cabeceira do Rio Queima-pé”, conta, explicando que o pai desmatou e plantou arroz e depois o café. “Era a menina dos olhos da região”, explica, relembrando da febre que matou muitos moradores de Tangará na época. Gilvan foi um dos infectados e seu pai largou tudo por aqui e foi em busca de tratamento para o filho. “Ele largou galinha no terreiro e foi para São Paulo em busca de tratamento”, conta, emocionado.
O pai de Gilvan e a família só voltaram para Tangará em 1983, residindo na Rua 34. O hoje repórter estudou na Escola Estadual João Batista, enquanto o pai trabalhava como carroceiro, e começou a trabalhar na área de comunicação no início dos anos 1990.
Zé Rosa/Editor/Organizador de Eventos
Zé Rosa, funcionário da TV Cidade Verde, nasceu em Tangará da Serra na década de 1970, quando Tangará ainda era distrito de Barra do Bugres. “Nasci em uma espécie de pensão onde hoje é a Viso Center”, disse. Ao lado da esposa, Estel Cruz, Zé deseja que Tangará siga promissora.
“Que ela continue sendo próspera, abençoada por Deus, sempre de braços abertos a acolher quem aqui escolheu para viver. Que o cantar dos pássaros ecoe nas verdes matas e os seus rios sejam sempre cristalinos… Parabéns Tangará, solo pujante e promissor”, disse.