Por coincidência, o alvo do processo era seu ex-correligionário, Pedro Taques (PSDB). Durante o voto, sobraram elogios à gestão do ex-governador e uma alfinetada no atual chefe do Executivo.
“As dificuldades foram muito grandes, os estados não conseguiram honrar com seus salários, mas o governador [Taques] conseguiu, inclusive, honrar com a RGA. Parcelado, mas honrou. Eu não poderia deixar de fazer esse depoimento”, declarou Guilherme Maluf, ao votar de modo favorável à aprovação das contas de Taques.
Maluf lembrou, ainda, que presidiu a Assembleia Legislativa durante a gestão do ex-governador e ressaltou que, além da crise financeira vivida em todo o país, na época, Taques assumiu o Executivo em meio às prisões de Silval Barbosa e José Riva.
“Eu queria dizer de forma coloquial, até pela falta de experiência que tenho, é a primeira vez que voto uma conta de Governo, mas quero ressaltar e ratificar as dificuldades que o governador Pedro Taques encontrou nesse Estado quando assumiu o Governo. Na época eu ocupava o cargo de presidente da Assembleia Legislativa. Além do ambiente externo – Brasília, o país acabou passando por um impeachment e quase chegou a um segundo, o que não tenho dúvida nenhuma se traduziu em diminuição das receitas para o estado de Mato Grosso – o governador encontrou um Estado em que havia uma hostilidade política muito grande também”, defendeu o conselheiro.
“Na época o ex-governador estava preso, presidente da Assembleia preso, mas as coisas funcionaram. Eu digo que funcionou porque os Poderes, apesar de algumas restrições, todos funcionavam nesses quatro anos. E Mato Grosso, apesar de todas as dificuldades foi um dos poucos que conseguiu honrar com o subsidio dos seus servidores”, acrescentou.
O Tribunal de Contas aprovou as contas de Taques por unânimidade, apesar das inúmeras irregularidades apontadas pela Secretaria de Controle Externo de Auditorias Operacionais (Secex), que deu parecer técnico contrário à aprovação, e do Ministério Público de Contas.
Em seu voto, acompanhado pelos demais, o relator do processo, conselheiro interino Isaias Lopes da Cunha, citou a ausência do recurso do Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações (FEX), a aprovação de leis de carreira por gestores anteriores a Taques, além de frustrações de receita.
Lopes da Cunha elogiou a defesa do ex-governador, que foi pessoalmente fazer a sustentação oral no TCE, e fez uma série de recomendações para que Mauro Mendes mantenha medidas de austeridade.