O bebê estava dentro da caixa de maçã, berço improvisado da família circense. A mãe, Ondina, representava a escrava em A Cabana do Pai Tomás. Havia chegado o momento de pegar ao colo o boneco que representava o neném. Na cena, o senhor tomaria a criança da mãe e se ouviria um choro. Era uma gravação. Alguém percebeu, já em cena, que algo havia sumido, não se sabe se o boneco ou o disco de vinil. O que fazer?
Começou aí a carreira circense de Dedé Santana, o mais sério dos trapalhões, a escada do Didi. Aos 3 meses de idade, Manfried Sant’Anna foi tirado às pressas do berço-caixa de maçã e subiu ao picadeiro no colo da mãe. Quando o senhor representado por Oscar Santana tomou a criança da escrava, o bebê chorou, como se soubesse que deveria chorar naquele exato instante. Um dos atores em cena não aguentou e riu.
Oscar Santana, pai de Dedé, parou a peça e explicou ao público a razão do riso. O bebê de verdade, que estava substituindo o boneco, havia chorado na hora certa. A plateia aplaudiu com gosto. Nascia o ator, palhaço e comediante Dedé Santana.