Mato Grosso lidera o número de queimadas na região amazônica em 2019. O Estado já soma mais de 13 mil focos de calor, de janeiro a agosto, conforme levantamento do Instituto Centro de Vida (ICV) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os dados revelam um aumento de 87% no número de queimadas em relação ao mesmo período do ano anterior. Se considerarmos apenas o período de proibição de queimadas, iniciado em julho, chega a 205%.
Do total, 60% dos focos de calor foram registrados na Amazônia, 32% no Cerrado e 2% no Pantanal. Vale lembrar, 16% das áreas indígenas foram identificadas como Terras Indígenas.
A crise ambiental que se alastra pelo Brasil e foi evidenciada nos céus de São Paulo, tomados pela fumaça dos incêndios na Amazônia. Denúncia e sentimento de indignação tomaram conta de pelo menos 22 cidades brasileiras, marcadas por protestos no último fim de semana.
Entendendo a importância da biodiversidade mato-grossense, bem como a ameaça que o aumento de incêndios representa aos biomas que compõem o Estado, estudantes e ativistas ambientais vão às ruas de Cuiabá para marcar posição na luta internacional em defesa das florestas brasileiras.
O ato político e cultural será realizado nesta quarta-feira (28), a partir das 16 horas, na Praça Ipiranga.
Confira manifesto na íntegra:
Um ato político em defesa da Amazônia, Cerrado, Pantanal, em defesa da vida, dos povos e da biodiversidade. Nós somos trabalhadores/as, estudantes, povos ancestrais, povos da cidade e artistas, lutamos pelas florestas do nosso território e contra o genocídio da vida.
Nós não aceitamos que a nossa água, nosso solo, nossas riquezas, nossa agricultura sirvam meramente para exportação e obtenção de lucro para um pequeno grupo econômico. A água e chuva que nos beneficia, o ar que respiramos, a comida que comemos dependem do Cerrado, Pantanal e Amazônia.
Nosso movimento convoca às ruas todas as pessoas que sabem da importância das florestas, da terra e da água e que querem se organizar em um amplo movimento de defesa do que é nosso. Também convocamos para o diálogo, por meio da informação, canto, cultura e arte, todas as pessoas que querem saber mais sobre a importância da Amazônia, Cerrado e Pantanal para os povos do campo e das cidades.
Organize-se com a gente, é possível lutar por um mundo sem destruição, assassinato da vida e que respeite nossa ancestralidade para as futuras gerações.