Depois de se livrar de prisão em ação do Gaeco, graças a um habeas corpus preventivo, o tenente-coronel Marcos Eduardo Paccola resolveu "partir para a ofensiva". O oficial revelou que irá trazer informações que cairão como verdadeira bomba. “Já passou da hora da sociedade mato-grossense conhecer quem são os heróis que usam máscaras e os mascarados que se fingem de heróis”, afirmou, de maneira enigmática, em uma carta aberta.
Paccola foi um dos quatro alvos da operação Coverage comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, na quarta-feira (21) passada que investigou a adulteração de armas de fogo. Ele só não foi preso porque conseguiu na madrugada daquele dia um habeas corpus preventivo, concedido pelo desembargador Sebastião Barbosa Faria, impediu a ação da polícia contra si. Na ocasião, ele estava em Sinop ministrando um curso de tiro para juízes da região.
O tenente-coronel seria o responsável pela suposta adulteração de armas na Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio (SALP) da Polícia Militar. Na ação, desencadeada pelo Gaeco, foram presos o tenente-coronel Sadá Ribeira Parreira e o tenente Thiago Satiro Albino, que já está solto. O tenente PM Cleber de Souza Ferreira, já se encontra preso, suspeito de envolvimento na entrada de um freezer com 80 celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE).
Conforme Procedimento Investigatório Criminal (PIC) aberto pelo Gaeco, os militares presos queriam “atrapalhar” as investigações sobre um grupo de extermínio que agia em Mato Grosso. Eles ofereceriam cobertura (daí o nome Coverage) aos integrantes do grupo.
Após retornar de Sinop, o tenente-coronel Marcos Paccola procurou a Corregedoria da Polícia Militar, o Gaeco e a Promotoria Militar, para buscar esclarecer os fatos que levaram ao pedido de sua prisão. As informações são que o MP não fez questão de ouvi-lo. Apenas a Corregedoria da PM colheu seu depoimento e fez a coleta por áudio e vídeo das declarações.
Conforme relata em sua carta-aberta, Paccola estaria indignado com as prisões do tenente Satiro e do tenente-coronel Parreira, que não teriam relação alguma com os seus atos. “Vou esclarecer tudo sobre os registros e regularização da arma”, disse ele, ressaltando, também, que cabe ao Tenente Ferreira esclarecer sobre a arma.
Para ele, tudo isso faz parte de uma estratégia do Coordenador da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado), delegado Flávio Stringuetta, que “está usando o Ministério Público para denegrir a imagem da PMMT e dos Policiais Militares”.
Conforme ele diz em sua carta, faz parte de uma “guerra irregular, instalada entre as corporações que se acirrou após ocorrência do Carro Forte do Atacadão”. Ele se refere ao assalto ocorrido ao carro-forte que ia abastecer os caixas eletrônicos do Atacadão, no dia 10 de maio, quando três bandidos foram mortos após troca de tiros com equipes da GCCO.
Paccola, que assumiu a adulteração do documento da arma usando senha do sargento Berisson, promete trazer provas de que a Polícia Judiciária Civil sabia dos fatos e aprovou a adulteração do registro antes de enviar para o tenente Ferreira.
INQUERITO
No âmbito da militar, a Corregedoria da corporação determinou a abertura de dois procedimentos investigatórios: um Inquérito Policial Militar e uma sindicância para apurar o caso.
MERCENÁRIOS
Em sua carta aberta, Paccola diz também que vai provar “para a justiça e para toda sociedade que jamais existiu vínculo algum com integrantes da Operação Mercenários”. Na última quarta-feira, em paralelo à operação Coverage, a Promotoria Militar, em conjunto com o Gaeco, força tarefa composta pela Policia Militar, Civil e Ministério Público, e a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), deflagrou a terceira fase da Operação Mercenários.
Na operação da DHPP, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva contra o tenente Cleber de Souza Ferreira e dois mandados de prisão preventiva contra Claudiomar Garcia de Carvalho, por crimes de homicídios praticados por grupos de extermínio. A Operação Mercenários foi deflagrada em abril de 2016 pela Policia de Mato Grosso, com a prisão de 17 pessoas.
Exames de balísticas feitos na pistola Glock, 9 mm, pertencente ao tenente Cleber, indicaram que a arma foi utilizada em sete crimes de homicídio sendo quatro tentados e três consumados praticados pelo Grupo Mercenários.
Veja carta do tenente-coronel Marcos Eduardo Paccola:
O Tenente Coronel Marcos Paccola, na última sexta-feira, após retornar da missão de SINOP, oportunidade em que seria preso em Pleno evento do Judiciário em Movimento o qual esteve presente até um Ministro, procurou a Corregedoria da Polícia Militar, o GAECO e a Promotoria Militar, para ser ouvido com interesse de esclarecer os fatos que deram origem ao seu pedido de prisão, conforme relatado no HC Preventivo.
As informações são de que o MP não fez questão de ouvir o Oficial, apenas a Corregedoria da PM que fez a coleta por áudio e vídeo das declarações.
Sobre o depoimento as informações é de que o Oficial esta indignado com a prisão do Ten Satiro e do Ten Cel Parreira que não tem relação alguma com seus atos, e que sobre os fatos ele vai esclarecer tudo sobre os registros e regularização da arma, e que cabe ao Tenente Ferreira esclarecer sobre a arma.
Acredita que tudo isso faz parte de uma estratégia do Coordenador do GCCO da Polícia Judiciária Civil que está usando o Ministério Público para denegrir a imagem da PMMT e dos Policiais Militares, tudo isso segundo a Carta Aberta do Oficial faz parte de uma "GUERRA IRREGULAR" instalada entre as corporações que se acirrou após ocorrência do Carro Forte do Atacadao.
Afirma o Oficial que vai provar para Justiça e para toda sociedade que jamais existiu vínculo algum com integrantes da Operação Mercenários.
O Ten Cel Paccola assumiu a adulteração do documento usando senha do Sgt Berisson, porém não evitou que mais um militar fosse preso injustamente.
O Oficial ainda promote trazer provas de que a PJC sabia dos fatos e aprovou a adulteração do regsitro antes de enviar para o Tenente Ferreira.
Segundo o Oficial as informações e provas que se compromete a trazer promotem cair como verdadeiras revelações e que já passou da hora sociedade matogrossense conhecer que são os Heróis que usam máscaras e os mascarados quem se fingem de Heróis.