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GERAL Segunda-feira, 12 de Agosto de 2019, 09:42 - A | A

Segunda-feira, 12 de Agosto de 2019, 09h:42 - A | A

SUSTENTÁVEL

Comércio já usa materiais biodegradáveis em Cuiabá

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Despertar da sociedade para a preservação ambiental, especialmente para a diminuição da produção e descarte irregular do lixo, tem gerado, mesmo que de forma inibida, mudança no comportamento dos cuiabanos.

Exemplo pode ser sentido nos bares, lanchonetes e hotéis da cidade que estão diminuindo o uso de materiais de plásticos, como canudos e copos. Agora, as opções são biodegradáveis ou apenas o não uso.

Eleito com o melhor baguncinha de Cuiabá no prêmio Veja Comer e Beber, o Belatto Lanches anunciou na última semana que agora só vai usar canudos biodegradáveis.

“Em conversa com meu pai, começamos buscar formas da empresa se tornar mais autossustentável. Chegamos, no primeiro momento, aos canudos biodegradáveis, que já estão no mercado, mas nunca foram oferecido pelos fornecedores”, disse Vinícius Belatto, um dos administradores do local.

Segundo ele, o custo ficou o mesmo. Todo o processo ocorreu nos últimos dois meses. “Ainda temos ideias para serem definidas, como mudança das embalagens e outros materiais. Já usamos no delivery uma embalagem que é certificada e 100% reciclável”. 

Apesar das mudanças em andamento, Vinícius ressalta que clientes vegetarianos são os mais preocupados com o que estão consumindo. A lanchonete agora oferta opção vegetariana, com hambúrguer de grão de bico. 

“São poucos que pedem sem canudo, sem papel, ou que pedem opções mais saudáveis, por exemplo. Geralmente são membros da comunidade vegetariana. Então, quando se identificam, não mandamos mais canudos e guardanapos”. 

Segundo ele, os clientes têm reações variadas. “Quando não recebem canudos, ficam bravos. Outros acham bacana. Isso pelo delivery. No atendimento físico é que a gente percebe o comportamento dos clientes”. 

Os hotéis Intercity e Deville são dois que abandonaram os canudos plásticos, mas que, caso seja solicitado, ofertam os canudos biodegradáveis. 

João Ricardo, que trabalha no restaurante do Intercity, contou que desde que começou a rotina de trabalho não presencia o uso de canudos. “No lugar, mandamos um copo, por exemplo, de vidro, que não encontra resistência. Os clientes aceitam, não há resistência”. 

Na rede Deville, desde março, as opções são canudos biodegradáveis, que diferente do plástico, o material dissolvem com o tempo. 

Além do hotel em Cuiabá, a rede está presente em outras 7 cidades. 

Há ainda outros bares que não usam copos e canudos de plásticos, como por exemplo, o Metade Cheio. Copos são de vidros e não há nenhuma opção de canudos.

Alternativas

Interessados em contribuir na redução da produção de lixos dos bares e estabelecimentos de Cuiabá podem começar adotar alternativas, como por exemplo, usar seu próprio canudo, seja de inox, de papel ou até mesmo de madeira.

Lojas espalhadas em Cuiabá, especialmente as especializadas em utensílios de casa, mas também as de produtos naturais, oferecem aos clientes opções de canudos. 

Clientes também podem recusar canudos, copos, talheres e pratos de plástico, dando a dica ao comerciante da importância de se pensar nas questões sustentáveis. 

Pantanal invadido pelo plástico

Em novembro do ano passado, o projeto Teoria Verde, liderado pelo ambientalista Jean Pelicari, realizou o Dia do Pantanal, em Santo Antônio do Leverger, e em ação conjunta, fizeram a limpeza das margens do rio.

Ao todo, foram 3.404 itens recolhidos, desses, 432 eram copos plásticos, 322 sacolas plásticas e 278 garrafas pets. “90% dos resíduos são plásticos. Então, o Pantanal está sendo invadido pelo plástico. Temos que ser responsáveis pelo lixo que produzimos, e pensar na redução. É um processo de conscientização”, disse. 

Segundo ele, fala-se muito sobre a reciclagem, mas esse é o último processo. “Precisamos é reduzir, como primeiro momento e em seguida, pensar na reutilização e por fim, no último estágio, a reciclagem”.

Para Jean, que acompanha o trabalho das cooperativas de Cuiabá e que vê o esforço sendo feito para a reciclagem dos resíduos, a prefeitura municipal tem um longo caminho para educar a sociedade e mudar a forma de prestar serviços ambientais, como por exemplo, a coleta seletiva.

Lei municipal 

A proibição já vigora em várias cidades brasileiras, especialmente as que estão próximas ao litoral ou mais populosas. 

Apresentado em fevereiro pelo vereador Justino Malheiros do Partido Verde (PV), o projeto de lei municipal prevê a proibição de canudos e copos plásticos nos estabelecimentos cuiabanos. 

O que seria o primeiro passo do legislativo municipal em prol do meio ambiente, o projeto ainda não foi votado.

Em Mato Grosso, a única cidade com lei aprovada e sancionada é Rondonópolis. 

Lá, todos os estabelecimentos sujeitos a inspeção sanitária e autorizados pela prefeitura, devem usar e fornecer aos clientes canudos de papel ou biodegradável.


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