Há mais de duas semanas, um incêndio tem consumido o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, tendo atingido até mesmo a área do Portão do Inferno, um dos pontos turísticos do parque que fica às margens da MT-251. O fogo, conforme denúncia recebida pelo jornal e site Centro Oeste Popular, pode ser proposital. Uma fonte que preferiu não se identificar, mas que é moradora de Chapada, tendo atuado por mais de 20 anos na Polícia Judiciária Civil no município, afirma que a proliferação das queimadas pode estar relacionada com o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), uma forma de retaliação e também para chamar atenção após o Governo Federal promover o bloqueio de recursos para Organizações Não Governamentais (ONGs). Conforme essa mesma fonte, um grupo de extrema esquerda estaria com um forte aparato, contando com caminhonetes, motocicletas e pessoal, colocando fogo em determinados locais do Parque de Chapada, tentando chamar atenção contra o corte milionário de receita feita pelo presidente Jair Bolsonaro. “A equipe de combate ao fogo apaga o incêndio em um local, e eles tocam fogo em outro lugar.
O ICMBio conhece bem o Parque, sem contar que funcionários foram demitidos e esses, revoltados com a dispensa, podem estar efetuando esses focos de incêndio em Chapada, que já é tido como maior da história”, afirma a fonte. Essa situação se assemelha à denunciada pelo presidente Jair Bolsonaro, que chegou afirmar que organizações não governamentais (ONGs) poderiam estar por trás de queimadas na região amazônica para “chamar atenção” contra o governo do Brasil. De acordo com o tenente-coronel Dércio Santos da Silva, do Corpo de Bombeiros, na semana passada havia três grandes incêndios em Chapada.
Um na região do Manso, outro no Portão do Inferno e outro na região do Peba. Dados apontam que cerca de 13% do Parque já foram consumidos pelas chamas. Duas aeronaves auxiliam no combate aos incêndios. Os aviões atuam como apoio aos 24 homens combatem diversos incêndios na região. O grupo aguarda que mais duas aeronaves vindas de Rondônia. A brigada que trabalha no combate as queimadas é composta por 24 combatentes com apoio de seis homens do Corpo de Bombeiros estadual e 15 do PrevFogo. Motoristas que trafegam pela MT-251 têm tido que redobrar a atenção, pois a rodovia tem ficado encoberta pela fumaça. A falta de aceiros – proteção contra chamas feita cortando a vegetação à margem da rodovia – tem facilitado a propagação das queimadas. A situação é tão crítica pela longa estiagem que o governador Mauro Mendes (DEM) assinou o decreto de situação de emergência no âmbito do Estado, em decorrência dos incêndios florestais. A motivação para decretar a situação é pelo aumento no número de queimadas e pelas condições climáticas propiciarem a propagação do fogo.
Além disso, para os próximos 20 dias, não há previsão de chuvas para Mato Grosso, conforme informações do Instituto Nacional de Meteorologia. Com a medida, o governo está autorizado a adotar ações necessárias à prevenção e combate aos incêndios e à manutenção dos serviços públicos nas áreas atingidas pelas queimadas. Pelo decreto está autorizada, entre outras medidas, a aquisição de bens e materiais mediante dispensa de licitação, conforme preceitua o artigo 24, IV, da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, respeitados os requisitos constantes do artigo 26 da mesma lei, entre outros. O decreto tem duração de 60 dias podendo ser prorrogado por igual período. E a onda de calor já ameaça, além da saúde, a vida daqueles que moram em Cuiabá e outras 27 cidades do Estado.
Na última terça-feira (10), o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), emitiu alerta de calor extremo para o estado com possibilidade de hipertermia e risco de morte para a população. Além de Cuiabá, receberam o alerta as cidades de Acorizal, Alto Paraguai, Arenápolis, Barão De Melgaço, Barra do Bugres, Cáceres, Campo Verde, Chapada Dos Guimarães, Cuiabá, Denise, Diamantino, Dom Aquino, Itiquira, Jaciara, Jangada, Juscimeira, Nobres, Nortelândia, Nossa Senhora do Livramento, Nova Brasilândia, Pedra Preta, Poconé, Porto Estrela, Rondonópolis, Rosário Oeste, Santo Antônio do Leverger, São Pedro da Cipa e Várzea Grande.
