Vivemos uma triste realidade em todo o estado de Mato Grosso, onde mesmo nos municípios mais ricos a insegurança alimentar insiste em caminhar lado a lado com os bolsões de riqueza. Talvez nenhum estado brasileiro apresente tamanha discrepância entre ilhas de prosperidade e espectros prenúncios de miséria, paralelos que insistem em não aproximar suas distâncias abissais.
Recentemente disputei as eleições para deputado estadual e em todos os meus discursos fiz questão de apontar as mazelas que assolam nossa gente, mas para além dessas mazelas apontei saídas, soluções perfeitamente exequíveis. Apesar de minha larga experiência no setor público e privado, confesso fui puritano em imaginar que o “sistema” e o eleitor estivessem preocupados com estas questões essenciais para mudarmos a vida das pessoas. Por incrível que pareça, a maior preocupação em especial do eleitor menos favorecido, atingido pela pandemia, dependente do bolsa Brasil, ou seja, aqueles menos favorecidos até assimilaram nossas mensagens, porém – sempre tem um porém – o que falou mais alto foi quem melhor os remunerou e isso traz a pergunta que nunca se cala: quem se elegeu neste modelo estará comprometido com o eleitor? Este eleitor preocupado com 45 dias de campanha e não com quatro anos de perspectivas?
Mas eu não desisto e continuarei a defender minhas propostas mesmo que sirvam para os que copiam e colam, ainda que me plagiar não tem problema, desde que façam algo pelo meu povo sofrido e faminto de Mato Grosso.
O Banco de Alimentos Estadual é sem dúvidas uma forma de combatermos a fome, criando unidades em todos os municípios, arrecadando alimentos próximos de seus prazos de validade que não serão vendidos a tempo nas grandes redes varejistas e atacadistas, doações empresariais e sobretudo uma pequena cota daqueles que produzem com garantia de compra do estado. Criada a forma de abastecer estes bancos, o estado passa a criar cadastros entre os existentes e novos, e ao colher estes alimentos convocam os cadastrados a retirarem aquilo que poderão consumir entre 10 e 45 dias.
Isso atenua a fome e aqueles que hoje perambulam, estão desempregados e muitas vezes recolhem restos para alimentar suas famílias, terão dignidade e cidadania.
Sempre digo: primeiro os nossos! Primeiro vamos alimentar nossa gente para depois alimentarmos o mundo. Não podemos continuar produzindo milhões de toneladas de alimentos, termos um PIB (MT) da ordem de 200 bilhões, dez bovinos para cada habitante, termos produção exuberante de soja, milho, algodão, suínos, aves, ovinos, enfim… E nos enganarmos com uma renda per capita falsa, distorcida pela média feita entre os que concentram riqueza e os que concentram pobreza.
O Banco de Alimentos Estadual só precisa de boa vontade política é um olhar realmente social pelo nosso povo!