Levantamento realizado pela ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) apontou que, em 2021, o número de doadores de órgãos foi 4,5% menor do que o registrado em 2020. Com isso, a taxa de doadores efetivos por milhão de pessoas da população (pmp), que tinha atingido 15,8 pmp em 2020, caiu para 15,1 pmp no ano passado.
Em meio à queda das doações, o Setembro Verde chama a atenção para a importância de doar órgãos, principalmente quando há morte encefálica. “A doação de órgãos proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o reestabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais.
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Devido ao número de partes do corpo que podem ser cedidas, cada doador pode salvar oito vidas ou mais”, afirma a médica e professora do IDOMED Fapan, Letícia Cristino Francisco.
A médica explica que, nos casos de morte encefálica, os órgãos que podem ser doados são: coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestino. Tecidos como córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas também podem ser doados nesta situação.
Já na morte por coração parado, somente os tecidos - córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas - podem ser doados. “No Brasil, não é permitido o transplante de nenhum outro órgão, como, por exemplo, útero, mão e outras partes do corpo humano”, explica a professora.
Quem quer doar os órgãos, o que deve fazer?
Para quem quer ser doador, o Ministério da Saúde orienta que a primeira coisa a ser feita é avisar a família sobre a vontade. Avisar a família é importante pois é ela que, após a morte do ente familiar, autoriza, por escrito, a doação dos órgãos e tecidos.
“Não é necessário registro em qualquer documento ou em cartório, nem mesmo em testamento. Basta apenas informar seu desejo aos seus familiares. Desde 2001, quando houve alteração na legislação, o que consta na Carteira de Habilitação ou de Identidade perdeu valor, prevalecendo a vontade da família”, explica a médica e professora do IDOMED Fapan.