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GERAL Quinta-feira, 22 de Agosto de 2019, 08:55 - A | A

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Advogado de coronel vê circo do Gaeco e defende Lei do Abuso em MT

Folha Max

O advogado Ricardo Monteiro, que defende o tenente-coronel Marcos Eduardo Paccola, fez nesta quarta-feira duras críticas à imprensa e ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), coordenado pelo Ministério Público do Estado (MPE-MT). Paccola foi um dos alvos de uma operação do Gaeco na manhã desta quarta-feira (21) e é suspeito de fazer parte de um esquema de adulteração de armas na Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio (Salp), da Polícia Militar.

Ricardo Monteiro, entretanto, contou a jornalistas que seu cliente poderia ser ouvido no inquérito, e que o tenente-coronel PM não iria “fugir”, sugerindo, ainda, que ele irá “assumir” suas responsabilidades. “É isso que nós temos que começar a coibir. O inquérito que daria perfeitamente para serem ouvidos e a pessoa que é responsável vai assumir a responsabilidade, aliás já assumiu a responsabilidade. Agora vem com essa prisão midiática. Nós temos um tenente-coronel que não vai fugir, que não vai atrapalhar as investigações, e vai assumir, como já assumiu a sua responsabilidade. Para que a prisão? Para vocês venderem jornal e para dar audiência na televisão”, disparou o advogado.

O defensor do tenente-coronel PM classificou ainda como “circo” a operação com o cumprimento dos três mandados de prisão contra 4 oficiais da PM, cumpridos pelo Gaeco nesta quarta-feira. Foram presos o tenente-coronel PM Sadá Ribeira Parreira e o tenente PM Thiago Satiro Albino. Marcos Eduardo Paccola não foi preso pois se beneficiou com um habeas corpus preventivo expedido pelo Tribunal de Justiça nesta madrugada.

O tenente PM Cleber de Souza Ferreira, que também é alvo da operação, já se encontrava na prisão. “O que nós questionamos é esse circo que se monta no processo penal. Por isso que se fala do abuso de autoridade e não querem deixar passar, querem vetar”, ponderou o advogado.

Monteiro se mostrou favorável a Lei de Abuso de Autoridade, que pretende coibir “excessos” de magistrados e promotores e procuradores de Justiça, e que só depende da sanção do presidente Jair Bolsonaro (PSL). “Isso é feito para vocês da imprensa. Para vocês venderem jornal e dar audiência nas televisões. Temos que parar com isso gente. Aí reclamam dessa lei do abuso de autoridade. Só foi proposta essa lei em razão de pessoas que estão fazendo do processo penal um circo. Nós temos que parar com isso!”, indignou-se o advogado.

Ricardo Monteiro também sugeriu que as operações solicitadas pelo MPE-MT e autorizadas por juízes estão sendo feita “erradas”, razão pela qual, segundo ele, pouco tempo depois da prisão os suspeitos encontram-se em liberdade. “Você tentar condenar a pessoa sem dar o direito de defesa para ele. Para que você vai prender uma pessoa se ele vai assumir a responsabilidade dele? Era somente intimar! A pessoa é uma autoridade, é um oficial da PM. Ele não vai fugir. Vocês estão cansados de ver, de vir aqui nos cercar, pedir entrevistas. Daqui a alguns minutos, há algumas horas, ver as pessoas serem soltas. Aí falam: a polícia prende a Justiça solta. Não é isso, solta porque tá sendo feito tudo errado”, analisou.

OPERAÇÃO

O Gaeco cumpriu nesta quarta-feira quatro mandados de prisão contra oficiais da Polícia Militar. As informações preliminares são de que os agentes de segurança pública estão envolvidos num esquema de adulteração de armas na Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio (Salp).

O Comando Geral da Polícia Militar divulgou uma nota na manhã de hoje (21) para informar que os quatro oficiais presos na operação que apura a suposta adulteração de armas na Salp já estão sendo investigados pela Corregedoria da Corporação e são agora alvo de um Inquérito Policial Militar (IPM). O objetivo é “que oficiais da Corregedoria acompanhem e atendam os agentes públicos em todas as solicitações e necessidades no sentido de apurar e esclarecer as denúncias”.

 


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