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GERAL Sexta-feira, 04 de Dezembro de 2020, 09:33 - A | A

Sexta-feira, 04 de Dezembro de 2020, 09h:33 - A | A

ARTIGO

A palavra é prata, o silêncio é ouro

João Gabriel de Jesus Cavalcante Dias

Nesta campanha que se passou em nossa amada capital mato-grossense duas coisas ficaram claras: a inteligência comunicacional muda as mais fortes das marés e, como diria o antigo provérbio árabe, a palavra é prata, o silêncio é ouro. 

Abílio (Podemos) e Emanuel Pinheiro (MDB) eram dois fortes candidatos, isso ficou comprovado com o resultado acirrado nas urnas; os dois possuíam forte apelo de comunicação, forte entrada nos lares cuiabanos, todavia em um ponto Abílio errou ao se comunicar em campanha: ele chegou a dizer que aqueles que estivessem em indecisão deveriam votar em Emanuel. 

Tal fala representou um resumo do conjunto de toda a campanha do segundo turno perante os olhares de muitos, afinal de contas, não foi somente uma fala despretensiosa, mas sim uma demonstração aguda de arrogância eleitoral. Arrogância que se comprova através da forma como o Abílio tratou o empresário do setor de comunicação, Sr. Dorileo Leal (agradecendo-o pela frente e pelas costas dizendo que não queria nem saber dele), em uma auto filmagem, além de outras falas e entrevistas onde o mesmo buscava rusga sem necessidade com a impressa, com personagens da política estadual, etc. 

Eleitor não gosta disso, querendo ou não, ele (o eleitor) ainda dá valor ao candidato que se posiciona sempre com humildade, demonstrando acolhimento de todos e não só dos que o apoiam. Na realidade, não somente o eleitor, mas a sociedade, por isso o mandamento de Cristo de que devemos dar a outra face é tão famosa, pois é um ideal que deve ser buscado. Neste ponto, então, a inteligência comunicacional da campanha do Emanuel venceu, por pouco, mas venceu. 

Todavia, a derrota nas urnas não foi a derrota absoluta do Abílio, eu acredito que foi um aprendizado de que o homem público deve se manter firme perante seu adversário, mas com ternura perante seus potenciais eleitores, pois os mais diversos motivos fazem as pessoas manterem-se na indecisão até a hora de apertar o confirma e uma fala mais aproximativa pode mudar tudo. 

Aos dois protagonistas da festa da democracia em Cuiabá, desejo muita sabedoria na vida pública e, aos eleitores, eu digo que acabou o momento dos afagos, pois o nosso trabalho aqui continua como fiscais da Gestão Municipal. 

João Gabriel de Jesus Cavalcante Dias é advogado, graduado em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). 


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