12 de Outubro de 2024

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ENTREVISTA DA SEMANA Terça-feira, 04 de Outubro de 2022, 10:27 - A | A

Terça-feira, 04 de Outubro de 2022, 10h:27 - A | A

ENTREVISTA DA SEMANA

Alfredo Menezes faz análise política sobre o pleito de 2022

Evelyn Souza/ Redação

Nesta edição especial sobre as eleições de 2022, o Jornal Centro Oeste Popular entrevistou o comentarista político Alfredo da Motta Menezes, como forma de analisar quais serão os efeitos da federação, da era digital e da famosa ‘polarização’ no resultado das disputas eleitorais deste ano e as consequências para os próximos pleitos.

Alfredo é doutor em História da América Latina pela Tulane University, EUA. Onde também fez o pós-doutorado e lecionou como professor visitante. Foi professor titular na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Publicou diversos livros, entre eles A herança de Stroessner: Brasil - Paraguai, 1955 – 1980 e Do sonho à realidade: a integração econômica latino-americana.

Durante a entrevista, Alfredo classificou como ‘algo bom’ a polarização ocorrida na disputa eleitoral deste ano, segundo o comentarista político serviu para demonstrar a existência da direita política, mas também asseverou que ideologia da direita política necessita de um partido político para defender, assim, não ficando submetida apenas ao bolsonarismo.

CO Popular — Qual será a consequência das federações nas próximas semanas?

Alfredo Menezes — Na minha visão a federação é uma coligação disfarçada, para que nenhum partido desapareça porque estará dentro da federação. A ideia de acabar com a coligação foi desenvolvida para diminuir o número de partidos, pois, existem 33 partidos políticos no Brasil e não pode! Então, o próprio congresso inventou as federações no ano que estava determinado para banir as coligações. Para quê? Para continuar essa balbúrdia partidária, pois, o Brasil é uma balbúrdia partidária!

Ou seja, a consequência da federação é a continuidade do alto número de partidos existentes, já que a federação é uma coligação.

CO Popular — Nas eleições deste ano o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) surpreendeu na agilidade em indeferimento e deferimento das candidaturas. Qual é a sua visão perante estas ações rápidas?

Alfredo Menezes — O Tribunal Superior Eleitoral está dizendo que não vai permitir o que aconteceu em 2018, ou seja, deslizes e Fake News, para evidenciar que até durante a campanha eles irão focalizar as candidaturas. Muitos questionam se o Tribunal Superior Eleitoral estava fazendo essas ações para amedrontar, mas não é isso, eles apenas querem acabar com a balbúrdia que vem acontecendo, principalmente na veiculação de Fake News. A Fake News é uma arma letal para destruir uma candidatura, agora a pergunta é, de como coibir isso? Uma Fake News pode ser colocada tanto no Brasil quanto mundialmente, quer dizer que é difícil controlar, já que qualquer pessoa pode veicular informações falsas.

CO Popular — Estamos em momento que o mundo encontra-se conectado através da internet, conectividade que oportunizou aos atuais deputados, senadores e presidente fazerem campanha sem atrapalhar a sua atuação nas bancadas. Em sua opinião a era digital foi um bônus neste período eleitoral e será um aliado nos próximos pleitos? 

Alfredo Menezes — Nos últimos dias vi uma pesquisa no canal televisivo da CNN Brasil, mostrando que cerca de 70% dos eleitores se informam mais sobre as candidaturas através da propaganda eleitoral, pela televisão e rádio, invés da mídia social, mas, as mídias digitais vieram para ficar.

CO Popular — A palavra mais usada nas eleições deste ano foi ‘polarização’. Na sua visão houve polarização na disputa à presidência da República?

Alfredo Menezes — A disputa presidencial é a mais polarizada que já vi nesses últimos tempos! Vejo que o maior legado do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), será o legado impositivo para a política brasileira, pois ele fez com que a direita brasileira, que sempre existiu colocar a ‘cara para fora’, ou seja, ela se mostrou e isso foi bom, porque agora sabemos que existe uma direita política. Bolsonaro pode ser reeleito ou não, mas essa direita vai ficar a única coisa que ela precisa é ter um partido para defender, não ficar apenas conhecida com bolsonarismo.


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