O candidato a prefeito de Várzea Grande pelo PSB, Flávio Várgas, o popular Flávio Frical, disputa pela primeira vez o cargo político. Em entrevista ao Jornal Centro-Oeste Popular ele fala das suas propostas e prioridades caso vença as eleições no próximo dia 15 de novembro. Confira.
Centro Oeste Popular – Por que o senhor decidiu ser candidato a prefeito?
Flávio Vargas – Na verdade somos um grupo de empresários, eram oito partidos que pediram para que entrássemos nesse grupo, e dois oito partidos tinham oito pré-candidatos, e isso começou em novembro do ano passado. Em fevereiro ia definir quem seria o nome por pesquisa, e no dia 25 de janeiro, reuniram sete partidos sem mim, e já definiram, sem pesquisa, já me disseram que eu seria o pré-candidato do grupo.
CO Popular – Quais as suas propostas para Várzea Grande?
Flávio Vargas – Estamos fazendo um plano de governo, mas o básico mesmo, que estamos focando, é o problema da água, porque é inadmissível a população conviver com esse problema. Aliás, cheguei aqui na década de 80 e já tinha esse problema da água. Em 82 o Jayme Campos fez uma declaração que ia resolver o problema da água, e passados quase 40 anos e até hoje não resolveram. Então esse e o foco número um, que é acabar com o problema da água, queremos resolver nos primeiros seis ou sete meses de governo. Aliás, já ganhamos uma área no Chapéu do Sol, onde vamos construir uma ETA com gravidade para distribuir a água para Várzea Grande inteira, só por gravidade, eliminando bomba e poços artesianos. Então esse é o nosso foco número um.
CO Popular – O senhor como empresário, tem alguma proposta para a classe empresarial?
Flávio Vargas – Com certeza. Primeiro porque você não traz empresários se não tiver água. Então o primeiro passo é resolver o problema da água e depois ir atrás dos empresários, que aliás já estamos em contato com vários deles, que já garantiram que dia 1º nós resolvendo o problema da água, as empresas deles têm interesse, mas lógico que também querem incentivo, e isso tem que ser dado mesmo, e não fazer o contrário como está hoje. Além de não ter incentivo, tem muita perseguição a quem dá emprego aqui, não é bem vindo em nossa cidade.
CO Popular – Várzea Grande era conhecida como Cidade Industrial, e perdeu este título. O senhor acha que isso se deve a que?
Flávio Vargas – Eu sempre falo que aqui temos a melhor logística do Estado, Cuiabá é um grande centro consumidor, mas infelizmente aqui não tem incentivo nenhum. Pelo contrário, o empresário não é vem vindo aqui, até porque acho que quando vem mais formadores de opinião as coisas complicam. A nossa meta não é política por política, mas sim a política para fazer Várzea Grande crescer. O município está hoje do jeito que está, mas podia ser muito mais. Tivemos dois irmãos governadores, senadores e vemos Rondonópolis a nossa frente, o Nortão explodindo em crescimento e aqui nada funciona. Lógico que teve alguma coisa pontual, mas quando você vê que o índice de todas as Secretarias são ruins, é porque a gestão é ruim.
CO Popular – O senhor conseguiu reunir empresários de peso em volta de sua candidatura. Isso se deve a que?
Flávio Vargas – É que eles sabem o que pensamos para a cidade crescer. Eles querem também que a cidade cresça. Quanto mais crescer a cidade, cresce o patrimônio deles, cresce os empregos e as empresas. Nenhuma empresa cresce se não tiver consumidor, se não tiver incentivo. Vamos tratar o empresário que aqui estão como realmente eles merecem, haja visto que estou em minha empresa durante seis anos desta gestão e nunca recebi uma visita da prefeita e nem de ninguém da gestão.
CO Popular – Quais os projetos do senhor para atração de novas indústrias?
Flávio Vargas – As indústrias para se instalarem em qualquer lugar tem que ter o incentivo, e vamos com certeza dar incentivo para que venham as grandes indústrias. Estamos conversando com empresas de grande porte que têm interesse em vir para cá, mas nessa gestão se continuar, com certeza não virá nenhuma, ao contrário, vão sair muitas daqui ainda.
CO Popular – Estamos vendo uma intensa troca de farpas entre o senhor e a Família Campos. Por que isso vem acontecendo?
Flávio Vargas – Não é criticar por criticar. Nós criticamos em cima dos índices. Várzea Grande não precisa só de praça, de pintura, de asfalto sem rede de esgoto. Várzea Grande precisa crescer realmente. Essa gestão fez? Sim fez. Mas podia ter feito muito mais. Várzea Grande merece muito mais que isso daí. Várzea Grande precisa de um parque. Estamos com um projeto para o Parque Berneck, para a Lagoa do Jacaré, Parque dos Ipês, e no centro de Várzea Grande temos a Lagoa do Fancho abandonado, ao lado da Prefeitura, então não tem pensamento na população, e a critica nossa é essa, não é particular, é questão da gestão. Estamos analisando números e os números que estamos analisando não tem nenhum com índice que acho que VG merece. Acho que todo várzea-grandense sabe que ele merece muito mais, não é somente ser um dormitório de Cuiabá. Várzea Grande merece ter empresa, uma qualidade de vida melhor e isso que não concordamos com essa gestão, que é política por política.
CO Popular – Qual o posicionamento do senhor quanto o VLT?
Flávio Vargas – Vejo um total despreparo de quem fez esse projeto do VLT, porque para Várzea Grande ele não ajuda em nada. Ele não ajuda o Grande Cristo Rei, o Grande Glória, o São Matheus. Então eu vejo o VLT como um projeto fracassado desde que foi iniciado, pelo menos para Várzea Grande. Porque ele sai do aeroporto e vai para Cuiabá, então não atinge quem realmente precisa. Então acho que tem que se pensar diferente e acabar logo com isso aí, apesar que se concluir a obra de nada vai servir para Várzea Grande. Acho que serviria mais se fizesse uma ciclovia na Avenida da FEB, três pistas para ir e três para voltar, seria muito melhor que esse VLT. Eu acho que esse projeto já nasceu morto, já está fracassado desde que foi criado.
CO Popular – Quais as suas prioridades além da água?
Flávio Vargas – Nós temos problemas em todos os setores, e temos que valorizar as pessoas, aquele funcionário que realmente está ali para somar e acaba produzindo o que tem que produzir porque é muito cargo político mandando em cargo técnico. Vou dar só um exemplo: em Várzea Grande hoje não se nasce mais várzea-grandense. Nós não temos uma maternidade aqui para atender as mães. Então quem é mãe, quem é mulher sabe o desespero que é ter filho aqui em VG. Tem que dar luz lá em Cuiabá.