Em 3 de novembro de 1930, há exatos 90 anos, o governo Getúlio Vargas instituia às mulheres brasileiras o direito ao voto. Em 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou que 52% do eleitorado brasileiro é composto por mulheres, a maioria da população do país.
A mudança ocorreu durante a gestão de Getúlio Vargas, ainda na República Velha, mas só foi promulgada em 1932, após a Revolução. Já 90 anos depois, a falta de representatividade ainda chama a atenção da Justiça Eleitoral, mesmo com a cota mínima de 30% de candidatas sendo exigida.
Para lembrar data, a equipe preparou um levantamento com quantia de candidatas mulheres estão aptas a concorrer aos cargos no Estado.
Candidaturas femininas x masculinas
Em Mato Grosso, são 11.962 candidaturas consideradas aptas a concorrer aos cargos públicos, mas somente 4.109 são postulantes femininas, contra 7.092 homens.
A diferença fica ainda mais evidente quando olhamos os cargos, já que 3.955 concorrem a vereadora, 107 tentam vice-prefeitura e somente 47 tentam a prefeitura. Além delas, somente uma mulher é candidata ao Senado por Mato Grosso, na eleição suplementar.
Entre os homens, são 7.092 para vereador, 348 para vice-prefeito, 403 tentando a prefeitura.
Isso quer dizer que, no total, 34,4% das candidaturas são femininas, enquanto que homens somam 65,6%. Com citamos, por lei, os partidos devem apresentar a porcentagem de 30% de mulheres concorrentes aos cargos públicos.
Candidatas por raça
Quando separadas por raça, mulheres pardas são 1.983, brancas 1.637, pretas 411, indígenas 31, amarelas 22 e 25 não se identificaram.
Diferança por faixa etária
Enquanto a maior parte das candidatas se concentra entre 45 a 49 anos, seguida por 636 com 35 a 39 anos, já a menor quantia está na faixa de 80 a 84 anos com apenas 2 candidatas, seguida por somente 4 entre 75 a 79 anos e 17 entra 70 a 74 anos.
Grau de instrução
A menor quantia de candidatas declarou que apenas lê e escreve, 122, e a maior quantia terminou apenas o ensino médio.
Além dessas, 222 não terminaram a faculdade, 1.385 finalizaram o curso superior e as demais se dividem entre ensino médio incompleto, fundamental completo e incompleto.
O que o TSE diz sobre isso
“Nas últimas eleições municipais, em 2016, apenas 31,89% dos brasileiros que se candidataram eram mulheres. A primeira vez que as candidaturas femininas alcançaram 30% do total de candidaturas de um pleito no país foi nas eleições de 2012. Entretanto, desde 2009, a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) estabelece, em seu artigo 10, que, nas eleições proporcionais (para os cargos de deputado federal, estadual e distrital e de vereador), “(...) cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”. Ou seja, mesmo após sete anos da criação das chamadas “cotas de gênero”, o número de mulheres candidatas alcançou pouco mais que o mínimo exigido.”