As aulas na Universidade Federal de Mato Grosso estarão suspensas nesta quarta e quinta-feira (2 e 3) por orientação do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes).
O objetivo é paralisar as atividades acadêmicas por 48h e, de acordo com nota pública divulgada pela Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), “dialogar com a população sobre o que o governo neoliberal de Bolsonaro está fazendo com a educação pública”.
No primeiro dia, a categoria irá se reunir na praça do Restaurante Universitário (R.U), a partir das 9h. No segundo dia, os professores se concentram na Praça Alencastro, às 15h. Nos dois dias, serão realizadas aulas públicas com os temas “Quanto vale seu diploma? A educação brasileira à venda” e “A solução é alugar o Brasil?”, além de oficina de cartazes, panfletagens e ato político-cultural.
De acordo com o órgão, a mobilização segue a lógica de outras centenas realizadas anteriormente para denunciar o desmonte da Educação.
“Depois de tantos cortes e ataques políticos às universidades públicas e servidores com base, inclusive, em informações falsas, Bolsonaro e sua equipe pretendem enfiar goela abaixo um pseudoprojeto para isentar o Estado de sua obrigação de garantir à população um dos seus direitos fundamentais: educação”, diz o texto.
Outro ponto de conflito é referente ao projeto do Governo Federal, o Future-se, que é entendido por muitos como “privatização” das universidades do país. A proposta estimularia que as instituições captassem recursos próprios, que auxiliassem na sua manutenção, por meio de parcerias entre a União, universidades e as organizações sociais.
“Future-se significa o aprofundamento da lógica de mercado nas universidades públicas de tal forma que sua função social seja totalmente esfacelada. Por esse motivo, já foi oficialmente rejeitado por quase metade das instituições federais de ensino superior do país. Até o momento, nenhuma das 63 universidades se declarou favorável à proposta”.
“Future-se significa o aprofundamento da lógica de mercado nas universidades públicas de tal forma que sua função social seja totalmente esfacelada. Por esse motivo, já foi oficialmente rejeitado por quase metade das instituições federais de ensino superior do país. Até o momento, nenhuma das 63 universidades se declarou favorável à proposta”.
A professora Lélica Lacerda defendeu que a categoria se mantenha organizada e articulada com outros movimentos sindicais e sociais para fortalecer a luta, pois a situação deve se agravar ainda mais. “Não há margem para conciliação de classe. Ou os trabalhadores se impõem, ou a burguesia vai se impor”, afirmou, destacando que a paralisação nacional de 48h também está sendo construída pelos trabalhadores da educação básica e fundamental de todo o país, numa Greve Nacional da Educação.