Três alunos do terceiro ano do ensino médio de uma escola particular em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, finalizaram um experimento científico que será enviado aos Estados Unidos na 'Missão Garatéa' e de lá será lançado no espaço, pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA).
A pesquisa foi a vencedora entre 89 projetos feitos por 2.800 estudantes de todo o Brasil. O foguete que vai enviar o experimento será lançado no início de dezembro.
O coordenador do projeto Lucas Fonseca, conta como é feito a seleção de pesquisas e como elas são testadas.
“A Missão Garatéa é um consórcio de atividades ligadas a temática espacial e que, entre essas atividades, temos algumas de cunho educacional. Então esse é o Garatéa ISS, um projeto que fazemos com escolas do Brasil todo e anualmente preparamos uma competição onde as escolhas proponham os seus próprios experimentos e escolhemos um para ser enviado para a estação espacial que está em órbita na Terra”, afirma.
A ideia campeã surgiu há dois anos. O objetivo é saber se no espaço as bactérias contidas na lactose, que é a base alimentar dos astronautas, são capazes de sobreviver.
A professora de física, Michele Poleze, explica como surgiu o projeto.
“Os alunos ficaram muito curiosos com o aumento no número de casos de pessoas intolerantes a lactose e uma das coisas que eles quiseram e ficaram com vontade de pesquisar é se a permanência dos astronautas nessa sensação de ausência de gravidade, na microgravidade, afetaria o metabolismo a ponto de gerar uma possível intolerância a lactose. Então, basicamente, vamos testar se as bactérias sofrem alterações com a ausência de gravidade e depois fazer uma projeção com possíveis problemas que possam ser gerados após essa estadia na estação espacial”, afirma.
Para saber as respostas, as pesquisas precisam ser feitas dentro e fora do planeta Terra.
Foram três tubos montados pelos alunos. Cada um deles contém um experimento. Dois tubos ficarão aqui, onde o teste com a água, bactérias, a lactose e o antibiótico será feito.
Já um terceiro tubo vai para os Estados Unidos e de lá será enviado para o espaço, onde o mesmo teste vai ser realizado.
Depois disso, os resultados obtidos serão comparados pela professora, alunos e cientistas.
Os ingredientes não se misturam dentro do frasco, eles são isolados por uma presilha. O resultado da pesquisa sairá após a junção dos componentes. A professora explica como será feito o experimento pelos astronautas.
“O astronauta no espaço vai abrir o primeiro lacre, mistura, inicia o experimento, depois de 10d ias ele abre o segundo lacre, mistura e finaliza o experimento. Assim ele retorna para a Terra”, afirma.
A previsão de que o lançamento do foguete com o experimento dos alunos seja no início de dezembro.
Havia a possibilidade deles acompanharem esse momento de perto, mas por causa da pandemia isso não foi possível. Nada que tira a empolgação de quem terá o projeto analisado pela NASA.