Encerrando o mandato de 121 dias nesta quarta-feira (5), a senadora Margareth Buzetti (PP) aproveitou para apresentar um balanço do período em que representou Mato Grosso no Senado Federal e recebeu reconhecimento dos demais parlamentares pelo trabalho realizado. Ao longo de quatro meses, a parlamentar presidiu debates importantes como o da BR-163 e retratou o problema gerado pela venda direta de pneus feita pelos fabricantes aos transportadores.
Em Brasília, ela comandou a audiência que reuniu representantes do Governo Federal, Rota do Oeste, além do vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) para tratar sobre o elevado número de mortes na BR-163. Na ocasião, a progressista demonstrou preocupação com as obras que precisam ser realizadas de forma urgente pela concessionária ainda durante a vigência do termo aditivo de transição de doação para garantir maior segurança na rodovia.
Articulação essa que foi essencial para que houvesse avanços na proposta apresentada pelo Governo do Estado de assumir a concessão e as obras da BR-163, conforme oficializado na última terça-feira (4), por meio da assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Concessionária Rota do Oeste.
Na outra ponta de atuação, na Comissão de Assuntos Econômicos, a senadora presidiu a audiência pública que debateu o grave problema gerado pela venda direta de pneus feita pelos fabricantes de transportadores. Ela lamentou a falta de controle com relação a quantidade de comercialização para uma frota, baseando-se no potencial de consumo mensal e quantidade de veículos.
O trabalho de Buzetti foi reconhecido pelo presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD). “Boa parte do seu trabalho está aqui hoje materializado na pauta do Senado Federal, ou seja, fruto do trabalho de vossa excelência que honrou seu estado de Mato Grosso e honrou seu mandato nesse período. Faço coro a todos os pronunciamentos de reconhecimento”.
Outra proposta apresentada pela progressista trata dos incentivos fiscais às empresas reformadoras de pneumáticos. “Penso que a indústria pode sim, nos ajudar a encontrar um caminho para que isto melhore. Nós temos casos absurdos, em que as empresas têm containers de pneu por marca para vender e isso não pode acontecer. A cadeia toda é um setor imenso que está sofrendo”, defendeu durante uma das sessões.
Já na presidência da Comissão de Relações Exteriores, a parlamentar participou da aprovação de quinze embaixadores e trabalhou na aprovação de mais de 30 projetos de acordos internacionais que estavam travados e que tratam desde questões de fronteiras até tratados de extradição de condenados. “É preciso dar celeridade a essas pautas, porque elas trazem consequências diretas para o nosso país”.
Apesar de encerrar agora o mandato, o trabalho realizado por Margareth Buzetti neste período, de acordo com o senador Wellington Fagundes (PL), irá impactar em todo o país. “Uma mulher forte e líder, principalmente aos empresários do Distrito Industrial da nossa capital. E cumpre uma missão nesses quatro meses, foi presidente da Comissão de Relações Exteriores, votando projetos importantes que vão ajudar o país”.
A parlamentar apresentou ainda uma indicação ao Poder Executivo para que o Ministério da Indústria e Comércio seja recriado. Isto porque, segundo ela, atualmente o órgão está vinculado ao Ministério da Economia, o que faz com que as demandas do setor acabem não sendo priorizadas. “São pautas importantes para a população e que precisam ser encaradas de frente. Enquanto representante popular é dessa forma que atuei”, disse.
A progressista ainda presidiu o debate sobre a internacionalização do Aeroporto Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande. Em uma das reuniões, a progressista cobrou da concessionária a conclusão das obras de infraestrutura exigidas pela Receita e Polícia Federal. Na audiência a concessionária informou que já teria finalizado as obras e entraria com o processo de solicitação definitiva do alfandegamento.
A senadora também esteve à frente de assuntos ligados às pautas em defesa do direito das mulheres, quando destravou o trâmite do Projeto de Lei nº 1941, de 2022, que determina prazo para oferecimento de métodos e técnicas contraceptivas no âmbito do planejamento familiar. O dispositivo devolve a autonomia à mulher, para que elas possam adotar essas medidas sem autorização do marido.
Ela também não se omitiu com relação ao crime de estupro ocorrido em um hospital no Estado do Rio de Janeiro praticado por um médico anestesista, indo ao plenário se manifestar sobre o assunto. Assim como também defendeu a livre manifestação de pensamento com posição contrária à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a realização de busca e apreensão contra diversos empresários.
O momento, inclusive, foi lembrado pelo senador Eduardo Girão (Podemos). “Fez um trabalho importantíssimo e corajoso. A senhora em momentos difíceis e sombrios aqui nesse curto espaço de tempo, deu demonstrações de ousadia do bem. Como no caso dos oito empreendedores que foram calados em um momento importante para a nossa nação. Jamais esqueceremos seu gesto”, reiterou.
A senadora aproveitou a despedida para agradecer aos colegas senadores pelo companheirismo e pretende continuar acompanhando o andamento de suas propostas.